Auditoria independente aponta “fragilidade nos controles internos”, “retenções técnicas sem identificação de documentos”, “prática administrativa que impossibilita análise do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e liberação de escrituras”, “tributos federais sujeitos a questionamentos” e outros problemas nas demonstrações contábeis da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), alvo de investigação da promotoria criminal.

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A perícia, contratada pela própria Bancoop em cumprimento a acordo com o Ministério Público (MP), abrangeu o balanço patrimonial da cooperativa, relatórios de sobras e perdas, mutações do patrimônio líquido e fluxos de caixa referentes aos exercícios de 2005, 2006, 2007 e 2008. Fundada em 1996 por um grupo do PT, a Bancoop sofre uma devassa da 1ª Promotoria Criminal da capital paulista por suspeita de desvio de mais de R$ 100 milhões. A suspeita é de que parte desse dinheiro foi usado para financiar campanhas eleitorais.

Para o advogado Valter Picazio Jr., que defende 18 entidades de cooperados supostamente lesados por fraudes, a auditoria “é uma confissão da prática de ocorrências graves de gestão, temeridades administrativas”.

“As contas relativas a todos esses exercícios foram aprovadas”, rechaça Pedro Dallari, advogado da Bancoop. “Na medida em que uma empresa de auditoria examina o balanço e dá a sua aprovação é porque não constatou irregularidades, mesmo que possa fazer alguma recomendação ou ressalva”.

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