Pela primeira vez, Dilma Rousseff (PT) ultrapassou José Serra (PSDB) na média das pesquisas de intenção de voto, calculada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ao longo dos últimos seis meses, a petista conseguiu transformar, mês a mês, o que era uma desvantagem média de 20 pontos em uma pequena dianteira. Nas médias, ficam evidentes as tendências de longo prazo, e perdem importância as diferenças pontuais entre pesquisas de um ou outro instituto.

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A ascensão de Dilma é diretamente proporcional ao grau de identificação do seu nome como candidata do presidente Lula à sua própria sucessão. Ela cresceu primeiro entre os grupos que mais bem avaliam o governo federal. Consolidou-se entre os petistas e entre os fãs de Lula e, então, passou a disputar com Serra o voto do eleitorado menos engajado.

Como fica claro que as curvas de Dilma e Serra são espelhadas: o que um perde o outro ganha. Além disso, há uma parcela de 10% de indecisos, que, historicamente, tendem a se definir mais ou menos na mesma proporção da intenção de voto dos candidatos. Se isso ocorrer, Dilma pode aumentar sua vantagem.

Marina Silva (PV) segue estável, sem participar do perde-ganha do tucano com a petista. Ela catalisa o eleitorado que está cansado da bipolaridade da política brasileira, da disputa entre tucanos e petistas que se repete há cinco eleições presidenciais.

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