Peemedebistas resistem por cargos no Paraná

Descontentes com a indicação de Walter Bianchini (PT) para a Secretaria da Agricultura e de André Vargas para a Secretaria do Trabalho (SETP), peemedebistas do interior que ocupam chefias nos núcleos regionais do governo estariam se mobilizando para protestar junto ao governador Roberto Requião.  

A informação, publicada pelo colunista Fábio Campana em O Estado na sexta-feira, 26, foi reforçada pelo recebimento de uma cópia impressa de e-mail pela Redação deste jornal, que supostamente estaria sendo distribuído entre chefes de escritórios regionais da Secretaria do Trabalho. A intenção dos peemedebistas seria a de garantir a permanência nos seus cargos de chefia, além de externar o ?desejo, a importância e a necessidade da permanência do (Emerson) Nerone como secretário da SETP?.

O grupo pretenderia também pedir uma reunião com o secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, para que levasse o assunto ao governador. Iatauro afirmou que não foi procurado por nenhuma liderança do PMDB, mas se for pedido um encontro com os chefes de núcleos regionais, ele irá recebê-los. ?Se pedirem uma reunião eu recebo, como recebo todo mundo, ainda mais os ligados ao partido do governador?, declarou. Porém, Iatauro disse que não acredita que a atitude possa surtir efeito. ?Esse tipo de pressão não funciona com Requião?, disse Iatauro, lembrando da personalidade de Requião e do comportamento comum a governantes reeleitos.

O atual secretário do Trabalho, Emerson Nerone (PHS), acha que um movimento para a sua permanência como secretário não daria certo, porque o acordo entre o governo federal e o governo do Estado está praticamente fechado. ?É mais provável que eu fique na diretoria geral?, disse.

Porém, a respeito da reivindicação de permanência em cargos de chefias regionais, Nerone disse concordar com o desejo dos atuais ocupantes. ?Eles têm de criar condições para isso. A continuidade dos chefes de escritórios passa por uma articulação com deputados estaduais e federais eleitos?, disse.

Segundo Nerone, houve uma certa tensão no momento em que Vargas disse que gostaria de liberdade na indicação de cargos, já que apenas cinco dos 18 atuais chefes de núcleos regionais são de carreira. ?Os outros treze sairiam do governo, caso percam o cargo. E todos estiveram fortemente envolvidos na campanha de Requião em suas regiões?, declarou. Nerone explicou que no início do ano a principal preocupação na secretaria era a de que houvesse continuidade na implantação do Serviço Único de Assistência Social (SUAS), mas agora acredita que com uma nova administração não deve haver problemas para prosseguir o programa.

O primeiro vice-presidente do PMDB, Luiz Cláudio Romanelli, disse que não se fará substituição de pessoas sem antes haver discussões. ?É preciso respeitar a opinião dos prefeitos, ouvir os deputados estaduais, além de se buscar critérios objetivos. Depois que esse processo for feito, o governador é quem irá fazer a análise?, declarou. Segundo Romanelli, as mudanças na administração estadual será realizada somente a partir da segunda metade de fevereiro, respeitando os atuais ocupantes dos cargos. ?Não há secretaria verticalizada no governo Requião. Serão respeitadas lideranças políticas e não haverá terrorismo ou assédio moral?, afirmou.

Romanelli disse que o partido não pretende recriar erros do passado. ?Não existem ?feudos?, como aconteceu no período Jaime Lerner?, declarou. Segundo ele, a gestão pública é para a sociedade e as discussões internas sobre a chefia de núcleos, que são órgãos de execução de políticas do primeiro escalão, são de menor importância. 

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