Peemedebistas e petistas ensaiam entendimento

A cúpula do PT e o governo do Estado estão ensaiando um “cessar-fogo”. Depois do desencontro público da última semana, lideranças do PT e setores do governo adotaram o mesmo discurso, dando como superado o episódio em que o governador Roberto Requião (PMDB) cobrou do partido uma posição sobre as críticas que recebeu do presidente estadual do PT, deputado estadual André Vargas, e do senador Aloisio Mercadante, líder do governo no Senado.

Mas alguns setores do PMDB de Curitiba, inconformados com as posições de Vargas, estuda a possibilidade de divulgar uma nota exigindo uma retratação pública do presidente estadual do PT para que o assunto seja definitivamente encerrado e para que as negociações em torno de uma aliança eleitoral para o próxmo ano possam prosseguir.

Ontem, Vargas – que junto com outros deputados petistas está em São Paulo participando do encontro do diretório nacional do PT – suavizou suas posições. O dirigente petista declarou “encerrado” o atrito e se disse como “amigo e aliado” do governador, “com divergências pontuais”. Disse que se o caso entrar na pauta de hoje da reunião do diretório nacional será de maneira “informal”, mas não terá desdobramentos.

O presidente estadual do PT definiu-se ainda como um “defensor” do apoio ao governo Requião. “Temos mais convergências do que divergências. Essas divergências são mais de forma do que de fundo”, declarou o deputado, descartando nova crise no próximo dia 1.º de agosto, quando o diretório estadual do PT se reúne outra vez em Curitiba para discutir, entre outras coisas, a participação no governo Requião.

Silêncio

Depois de um telefonema que recebeu na quinta-feira à noite do ministro da Casa Civil, José Dirceu, o governador também suspendeu as declarações sobre o caso. Sua assessoria informou que o impasse havia sido “superestimado” e que o governador não pretende alimentar o assunto. Já o presidente estadual do PMDB, deputado federal Gustavo Fruet, disse que o atrito entre PT e o governo não poderia ter alcançado a dimensão da semana passada.

“Todos têm responsabilidade pelo sucesso ou insucesso do governo. Não podemos nos perder em relação a um projeto macro, por causa de brigas no varejo. Temos que ter claro que uma coisa é um projeto de poder e outra um projeto de governo. Todos os partidos têm que saber que não são mais de oposição. Isso implica tomar decisões. E tomar decisões traz riscos”, comentou o dirigente peemedebista. Gustavo avalia que a “trombada” entre o governo e uma ala do PT tem que ser vista “sem traumas”. Para o presidente estadual do PMDB, a convivência é nova e a experiência como aliados também.

Voltar ao topo