O ex-governador Paulo Pimentel (PMDB), candidato ao Senado, disse que o deputado federal Rafael Greca (PFL) não tinha outra saída a não ser confirmar sua candidatura à Assembléia Legislativa. A afirmação foi feita em Palmeira, uma das sete cidades visitadas por ele ontem. Pimentel estava acompanhado do senador Roberto Requião (PMDB), candidato ao governo do Paraná.
A decisão de Greca, de não aceitar a pressão para disputar o Senado, foi confirmada na quarta-feira. Ontem, ele já passou o dia no interior do Estado fazendo campanha como candidato a uma das 54 vagas em disputa na Assembléia Legislativa. “Sou um homem livre e vou em busca da minha independência política”, resumiu. A partir das declarações do deputado, Pimentel observa que Greca pode reiniciar sua caminhada rumo ao governo do Estado.
O próprio deputado já havia afirmado que não iria desistir do sonho de ser governador do Paraná. “A irritação dele é procedente. Não lhe restou outra alternativa a não ser entrar na disputa para a deputado estadual”, pondera o ex-governador.
Para Pimentel, Greca cansou de ser “iludido” pelo governador Jaime Lerner. “Em 98 ele tinha a promessa de que seria o candidato ao Senado, mas foi colocado à margem do processo eleitoral depois que o Lerner selou a aliança branca com o Álvaro Dias, que hoje disputa o governo pela coligação PDT-PTB-PPB. Agora está sendo desprestigiado mais uma vez.””O Greca tem muito mais condições do que o deputado federal Luciano Pizzatto, indicado pelo governador para concorrer ao Senado”, afirma Pimentel.
E complementa: “é indiscutível que o Pizzatto não tem os mesmos méritos porque o Greca, além de bom administrador, é um político de voto”. Na última eleição, foi o deputado federal mais votado no Paraná, com 220 mil votos.
O ex-governador vai mais longe. “A impressão que se tem é que o Lerner chegava mesmo a sentir uma certa inveja da liderança política de Greca que, ao contrário do governador, sabe se comunicar muito bem com o eleitorado”. Não é à toa que, ao anunciar que não disputaria o Senado, o deputado disse que “queria ficar longe de Lerner”. Greca também disparou contra o prefeito de Curitiba, aliado político que recebe o maior prestígio do governador. “Também quero ficar o mais longe possível do Cássio Taniguchi”, afirmou.
Pimentel disse ainda que agora o quadro para a disputado Senado fica definido. Com a desistência de Greca, acredita numa possível aproximação entre ambos. “Espero contar com o apoio dele. Não há clima para o Greca na aliança onde ele está e não recebe o prestígio merecido”, destaca.
Pimentel e Requião tiveram uma quinta-feira agitada. Foram recebidos pelo prefeito de Antônio Olinto, José Cleomar Machiavelli. Depois, passaram por São Mateus do Sul, onde fizeram uma caminhada pelo centro da cidade..
