O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), retirou de tramitação o requerimento que havia apresentado à CPI da Petrobras na Câmara para quebrar os sigilos telefônicos do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A movimentação ocorreu no último dia 7, um dia após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrar que o PMDB articulava com a oposição a aprovação das quebras.

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O ministro e o procurador tiveram encontros fora da agenda antes da divulgação da lista de investigados levada ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Rebelde no Congresso, o PMDB alega que o ministro da Justiça teria influído na decisão de Janot de pedir inquéritos contra dois de seus principais líderes, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Os dois são investigados sob suspeita de receber propina no esquema de corrupção da Petrobras.

Paulinho havia apresentado a solicitação de quebra de sigilos em 12 de março, quando Cunha prestou depoimento voluntariamente e acusou Janot de incluí-lo na lista de investigados por motivação política.

O PSDB era contra a convocação de Janot. Para evitar desgaste institucional com a PGR, os tucanos defendiam a quebra do sigilo apenas de Cardozo, atingindo o procurador-geral indiretamente. Mas, de acordo com interlocutores, Cunha fazia questão de que ambos tivessem os sigilos quebrados.

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No mesmo dia em que suspendeu seus pedidos de quebra de sigilo, Paulinho retirou requerimentos que havia apresentado para convocar o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, a socialite Val Marchiori, a filha do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, Marina Mantega, do ex-secretário-adjunto do Ministério da Fazenda Paulo Rogério Caffarelli, entre outros.