Paraná perde com a renúncia de Nelson Jobim

A renúncia do ex-ministro Nelson Jobim à disputa pela presidência do diretório nacional do PMDB deixou seus aliados paranaenses de fora do comando do partido. Jobim tinha o apoio do governador Roberto Requião (PMDB), que indicou o deputado estadual Caíto Quintana para ser um dos vice-presidentes na chapa do ex-ministro. Mas um outro grupo, o dos aliados de Temer, liderados pelos deputados federais Reinhold Stephanes e Max Rosenmann, festejaram a saída de Jobim. Um dos motivos é que a vitória de Temer sobre Jobim realimenta a expectativa de fazer de Stephanes um dos ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Agora, não mais na Saúde, mas em outra área. Os dois fazem parte da chapa de Temer, assim como outros dois integrantes da bancada federal, Odílio Balbinoti e Moacir Micheleto, que também estão entre os apoiadores do atual presidente nacional do partido.

Na bancada, foram afetados pela decisão de Jobim os deputados federais Osmar Serraglio, Rodrigo Rocha Loures e Hermes Parcianello. Os três estavam com Jobim desde o início. O governador Roberto Requião foi avisado com antecedência pelo ex-ministro que a candidatura estava ruindo. Jobim telefonou a Requião para comentar que o sinal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o deputado Geddel Vieira Lima passe a ocupar o ministério da Integração Regional era uma clara opção do presidente pelo grupo de Temer.

Com a desistência de Jobim, Stephanes avalia que pode surgir uma nova composição na chapa de Temer. Segundo o deputado, é possível que lideranças que estavam com Jobim sejam absorvidas pela chapa do atual presidente nacional do partido. ?Os entendimentos terão de ser feitos pelos senadores José Sarney, Renan Calheiros e Valdir Haup?, disse.

Na avaliação de Stephanes, a renúncia de Jobim não muda muito a situação do PMDB do Paraná no cenário nacional. ?Tudo bem que o governador tomou uma posição de apoiar o Jobim, mas, por outro lado, havia uma simpatia de vários peemedebistas paranaenses por Temer?, disse. Segundo Stephanes, porém, sem o ex-ministro na disputa ficam prejudicadas as chances de o Paraná assumir a secretaria-geral, que era uma das revindicações do diretório estadual. 

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