Paraná deixou de receber verbas federais

O Paraná deixou de receber milhões de reais somente no ano passado por falta de comunicação entre o governo anterior e o governo federal. Segundo o secretário de Estado para Assuntos Externos, Nivaldo Kruger, que é o responsável pelo escritório do Governo em Brasília, “o prejuízo é incalculável”. Kruger explica que havia falta de conhecimento de onde estavam os recursos disponíveis pela União. “Em 2002 o Paraná perdeu recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no valor de R$ 11 milhões, que seriam para capacitação de mão-de-obra. Essa verba era para a Secretaria do Trabalho, Criança e Assistência Social. Tudo porque não havia representação do Estado em Brasília”, reclama o chefe do escritório do Paraná em Brasília.

Nivaldo Kruger conta ainda que no ano passado mais de R$ 1,7 milhão deixaram de ser repassados pelo Ministério dos Transportes para a Federação de Transporte do Paraná (Fetranspar). “Verba destinada a projetos de transporte e logística”, salienta. De acordo com ele, a Funasa disponibilizou recursos acima de R$ 200 milhões para os Estados, que não se habilitaram. “O Paraná poderia ter tido uma boa parte desse dinheiro, mas faltou atenção”.

O responsável pela representação do Paraná em Brasília revela ainda que “milhões de dólares repassados pelo BIRD e pelo BID tiveram de ser devolvidos por falta de uso”. “Esses recursos dependiam de projetos e contra-partida do Estado e do governo federal, que não apresentaram nada”, afirma, lembrando que está estudando o trâmite dessa disponibilização de recursos. “Agora temos uma representação de fato, não um mero escritório. Teremos uma ótima relação com a União. Em setembro o governo federal irá liberar R$ 5 milhões para pesquisa agrícola, e estamos correndo para apresentar projetos”.

Kruger explica que sua função é mapear oportunidades, gerenciar pleitos junto ao Governo Federal, organismos internacionais e ONG?s e coordenar no Congresso Nacional emendas de interesse do Paraná no orçamento geral da União. “Estamos implantando sistemas modernos de processamento de informações e assim poderemos responder aos desafios das urgentes demandas da sociedade. Com isso, poderemos competir com os demais estados por demandas de recursos”, diz.

Outro ponto destacado por Nivaldo Kruger é o fato de o governador Roberto Requião ter força política junto ao governo federal e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Vamos dar cobertura a essa força e bom relacionamento”, afirma, lembrando que isso fortalece ainda a bancada do Paraná no Congresso Nacional. “O Paraná produz para o Brasil muito mais do que recebe e merece. Temos de reverter isso”.

O chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, também destacou a necessidade de fortalecer e utilizar a representação do Paraná em Brasília. “Essa representação tem de ser forte política e administrativamente. Tem de ser estruturada e utilizada por todas as secretarias e órgãos do Estado. E o governador Roberto Requião quer que isso ocorra”, afirma. Segundo Quintana, nos próximos dias a Casa Civil vai baixar uma portaria especificando procedimentos para relação com o escritório, sob pena de não autorizar as viagens sem antes uma consulta à Casa Civil e ao escritório na capital federal.

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