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Paraguaios vêm pedir ao Senado que aprove mais dinheiro pela energia gerada por Itaipu

Um grupo de legisladores paraguaios pedirá nesta quarta-feira ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a aprovação do pedido de aumento das compensações anuais de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões pelo uso da energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu, informou nesta quarta-feira o senador Alberto Grillón.

“Primeiro, ao chegar a Brasília, vamos agradecer a presidência da Câmara dos Deputados pela meia aprovação outorgada em 6 de abril passado do acordo firmado entre os presidentes Fernando Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2009”, afirmou Grillón em entrevista coletiva. O senador, membro do governista Partido Democrata Popular, é um dos membros da comitiva que nesta quarta-feira será liderada por Oscar González, do Partido Colorado, atual titular do Senado e opositor ao governo Lugo.

Outros seis senadores devem acompanhar González, entre eles Miguel Abdón Saguier, que foi ministro das Relações Exteriores em 1999.

“Vamos encontrar, posteriormente, o legislador Álvaro Dias (senador pelo PSDB), do Estado do Paraná e opositor a pedido de Lugo, para dizer-lhe que é absolutamente justo o aumento da compensação pela cessão da eletricidade excedente”, afirmou Grillón. “A reunião com Sarney tem por objetivo pedir a ele a aprovação, no Senado, do pedido paraguaio”, completou o senador

Lugo planeja utilizar os US$ 360 milhões anuais, caso seja confirmado o valor, para cumprir sua principal promessa eleitoral, a reforma agrária. A intenção do presidente é assentar 74 mil campesinos.

A usina de Itaipu, construída em 1973 sobre o rio Paraná, mas operando desde 1986, possui 20 turbinas, cuja eletricidade é dividida em partes iguais entre ambas nações. Mas como o Paraguai somente consome 10% de sua cota, pelo contrato vigente até 2023 está obrigado a vender o restante ao Brasil, a um preço fixo.

O governador José Ledesma, do departamento (Estado) de San Pedro, no norte paraguaio, disse recentemente que “a reforma agrária é uma dívida pendente com o povo”.