O presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Augusto Nardes, alertou para o que chamou de dependência que tem o Congresso Nacional do governo federal. “O Congresso é muito mais dependente de quem comanda o País e se alia de forma imediata a quem ganha a eleição. Então dizer que A, B ou C não vão ter apoio no Brasil…”, disse, sem terminar a frase, mas indicando que não acha que algum presidente eleito vá ter problema de base no Congresso Nacional.

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“Boa parte dos partidos são – não vou usar um termo pesado porque já fui congressista – grandes negociadores com quem está no governo. Todo mundo se filia a quem está no governo”, completou Nardes, ao falar do processo de conquista de apoio parlamentar pelo Congresso. Para Nardes, o equilíbrio depende de partidos fortes que não negociem apenas os interesses de alguns grupos em detrimento de outros.

O ministro do TCU falou ainda sobre a necessidade de revisão do pacto federativo e apontou Estados em situação difícil – que gastam boa parte de seu orçamento com custeio da máquina e não conseguem investir – também por conta do impacto que as renúncias fiscais. “Quem for eleito, seja a atual presidente ou os nomes mais falados Marina e Aécio, vai ter que discutir as renúncias fiscais com a sociedade brasileira e a necessidade de uma discussão sobre o pacto federativo”. O presidente do Tribunal de Contas da União participa de uma palestra sobre governança em um evento da Thomson Reuters, na capital paulista.

Ministérios

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Nardes, apontou problemas no modelo de gestão do governo federal. Nardes falava de projetos do TCU para aumentar a eficiência dos gastos públicos.

“(A intenção) É pensar como podemos auxiliar quem for eleito ou reeleito para entregar os produtos para a sociedade. Porque concentrar tudo na Casa Civil – 39 Ministérios sem articulação e sem um planejamento adequado… – as coisas têm que estar bem estruturadas para que aconteçam”, afirmou, ao citar um projeto apresentado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a implementação de boas práticas na gestão pública em países membro. “(O projeto é) Buscar o que existe de boas práticas de governança pública em países como Canadá, Estados Unidos, Coreia, Holanda e outros países desenvolvidos para que a gente possa implementar no Brasil e ver os gargalos”, explicou.

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