Para Marta, Serra se apoiou na popularidade de Alckmin

Um dia após ser eleita senadora, Marta Suplicy (PT) iniciou a campanha para tentar dar a vitória a Dilma Rousseff no segundo turno, principalmente em São Paulo. Ela afirmou na manhã de hoje que José Serra se apoiou na popularidade de Geraldo Alckmin (PSDB)e por isso conseguiu reverter a situação e bater Dilma no Estado.

Para Marta, a eleição antecipada do tucano vai prejudicar o desempenho de Serra no Estado no segundo turno. “Estava muito misturada a campanha do Estado com o favorito, que acabou ganhando a eleição, e a campanha para presidente”, disse. “Tanto é que a campanha do adversário da Dilma não saiu de São Paulo nas últimas semanas, porque percebeu que aqui é o reduto onde ele poderia se beneficiar dos votos do Alckmin”, acrescentou a petista, em frente da sua casa, em São Paulo.

Marta admitiu que ficou “surpresa” com a ida para o segundo turno das eleições presidenciais. Ela atribuiu a queda de Dilma na apuração ao crescimento de Marina e disse que os eleitores quiseram aprofundar o debate. A petista aconselhou Marina a “ouvir seu coração” antes de decidir quem vai apoiar na segunda etapa do pleito. “Eu não sei qual vai ser a posição da Marina, mas eu acho que ela é um pouco diferente do partido em que está, o Partido Verde”, disse. “Foi muito positivo nós termos duas mulheres competentes em grandes debates”, analisou.

Mandato

A petista foi evasiva ao responder se iria cumprir os oito anos de seu mandato no Senado, e disse que não sabe o que vai ser do “dia seguinte”. Marta é cotada para assumir um ministério, caso Dilma seja eleita, e também fala-se que ela poderia novamente se candidatar à Prefeitura de São Paulo, em 2012. “Eu não tenho a menor ideia do que vai acontecer”, disse. “Tenho que me dedicar de corpo e alma agora à eleição da presidenta, e eu só posso dizer pra você o que eu sinto agora: eu quero ser uma grande senadora por São Paulo”.

Ela também admitiu que foi pega de surpresa pela subida de última hora de seu adversário, Aloysio Nunes (PSDB), que acabou ficando em primeiro na corrida pelo Senado. A petista disse que a retirada da candidatura de Orestes Quércia foi um dos principais fatores, mas “se fosse só isso poderia ter sido detectado antes”. A petista também disse que Dilma, se eleita, terá mais facilidade no Senado do que teve o presidente Lula, uma vez que a bancada de seu partido agora está com 15 senadores.