Para Hermas, os tucanos estão com poucas opções

O vice-presidente estadual do PSDB e presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, disse ontem que não restou outra alternativa aos tucanos a não ser aprovar a proposta de coligação com o PMDB na convenção marcada para o próximo dia 29. "Vamos falar a verdade. O que nós vamos fazer agora? Nós não construímos uma candidatura própria", disse Brandão, ao citar que um grupo do partido trabalhou somente com a perspectiva do acordo com o senador Osmar Dias (PDT), descartado nos bastidores, depois que o PDT resolveu ter candidato próprio à Presidência da República.

As lideranças tucanas estão aguardando hoje a volta do presidente do PSDB, Valdir Rossoni, que foi ontem a Brasília para obter uma orientação da direção nacional sobre que rumo seguir no Estado. Rossoni participou da convenção do PFL, conversou com o pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin e iria se encontrar à noite com o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati. Antes de começar a conversa, Rossoni disse que iria apresentar todas as alternativas a Jereissati. "O meu papel é esse. O diretório nacional vai avaliar a melhor proposta", comentou.

Para Brandão, a única proposta viável é o acordo com o PMDB. Ele avalia que das três opções para lançar ao governo, duas delas – os deputados federais Gustavo Fruet e Luiz Carlos Hauly – não conseguiriam unir o partido, afirmou. "Eles não congregam todos os companheiros", argumentou. O outro possível candidato seria o senador Alvaro Dias. Mas, segundo Brandão, na reunião da última segunda-feira, Alvaro já avisou que não está interessado. "Ele nos disse que é candidato ao Senado e pediu até que eu assinasse o manifesto de apoio à candidatura dele. Eu disse que era cedo para isso", afirmou Brandão. O deputado tucano ainda não desistiu de concorrer ao Senado se o partido não fechar o acordo com o PMDB.

Brandão acha que a decisão do partido somente será conhecida mesmo na convenção programada para o dia 29. Entretanto, o vice-presidente estadual do PSDB aposta que no dia da convenção já haverá um pré-entendimento entre as alas. Ele afirmou que o fato de estar sendo indicado na proposta de acordo com o PMDB, para compor a chapa majoritária como candidato a vice-governador, não é o fator preponderante na sua defesa da aliança.

Vontade

Sobre as versões difundidas por alguns setores sobre o risco de a direção nacional do partido intervir no diretório estadual do PSDB se não houver um candidato próprio para oferecer um palanque a Alckmin, Brandão acha que é pura fantasia. "Se o Alvaro quiser ser candidato ao governo, ele vai ser. Não precisa de intervenção nenhuma para isso. Basta ele querer. Mas ele disse que não tem essa vontade e depende da vontade dele", comentou o presidente da Assembléia Legislativa.

Para Brandão, o benefício de uma aliança com o PMDB para a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República é incontestável. O deputado tucano disse que, além de inúmeros prefeitos peemedebistas no Paraná, Alckmin teria ainda uma legião de vereadores prontos para levar a campanha tucana a todas as cidades do Estado.

Nem mesmo a neutralidade do governador Roberto Requião é um fator negativo para a aliança com o PMDB na opinião de Brandão. Ele disse que o verdadeiro palanque é eletrônico e que, neste espaço, nada melhor para Alckmin do que ter deputados, prefeitos e demais peemedebistas declarando seu apoio a ele. 

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