Brasília – Líderes da base aliada do governo e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estão reunidos com o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), relator da Proposta de Emenda Constitucional que prevê a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira CPMF) até 2011.

continua após a publicidade

"Vamos tentar fechar uma proposta conjunta da base do governo, tanto da Câmara, quanto do Senado, já que os senadores estão se antecipando no processo de discussão. O prazo até 31 de dezembro [para aprovar a prorrogação no Senado] é muito curto", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) ao chegar para o encontro.

Segundo Jucá, o relator Antonio Palocci e o ministro Guido Mantega já vêm construindo um dialógo, em consonância com o relatório a ser concluído na Câmara, com os líderes no Senado. O objetivo é chegar a um entendimento sobre o assunto, de forma a não atrasar as discussões na Casa.

Quanto às conseqüências da votação ontem no Senado, que absolveu o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) de um processo de quebra de decoro, Romero Jucá disse que o "day after" [dia seguinte] está só no começo. "A gente tem que ter muita tranqüilidade e esperar baixar a poeira, ter muita conversa e procurar o entendimento para construir um novo momento para as votações no Senado", afirmou.

O senador Welligton Salgado (PMDB-MG) não acredita que a disputa política no Senado vá atrapalhar a votação da prorrogação da CPMF. "Não vejo na oposição alguma coisa que vá transformar isso num problema e fazer uma maldade com o Brasil. A oposição tem uma posição vão decidir", analisa.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do partido no Senado, defende que, independentemente da discussão sobre a prorrogação da CPMF, é importante é dar continuidade à desoneração tributária que vem sendo feita pelo governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive levando a diante a redução de impostos na folha de pagamento.

"Estudos já apontam que a desoneração feita no primeiro e no segundo mandatos já ultrapassa a casa dos R$ 30 bilhões. Portanto, nós deveremos continuar desonerando os tributos", afirmou.

Para o deputado Beto Albuquerque (PT-RS), vice-líder do governo na Câmara, a renovação da CPMF é importante porque no país a dívida ainda é grande. "Neste país [em] que tu moras, deve R$ 1,179 trilhão bilhão e essa dívida deve ser paga. Então, quem acha que deve haver calote em dívida é que desconhece a existência de algo que consome [cerca de] R$ 160 bilhões ao ano só de juros", disse.

O deputado também garantiu que não é intenção do governo dar calote na dívida por isso, "enquanto o Brasil necessitar pagar seus compromissos é preciso ter receita".

continua após a publicidade