O ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixou por volta das 12h10 a sede da Polícia Federal em São Paulo, onde estava desde pouco antes das 9 horas e chegou a Curitiba na tarde desta segunda-feira para realizar exame no Instituto Médico Legal (IML). Ele foi alvo de prisão temporária na 35ª fase da Lava Jato, intitulada Omertà. Palocci e seu ex-assessor especial na Casa Civil, Branislav Kontic, além de Juscelino Dourado, que foi chefe de gabinete de Palocci na Fazenda, também vieram à capital paranaense.

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O advogado do ex-ministro, José Roberto Batochio, reiterou que as acusações contra seu clientes são infundadas. Segundo ele, a Polícia Federal sugere que Palocci seria o “italiano” citado em um e-mail de Marcelo Odebrecht. Só que, certa vez, Odebrecht diz que foi à diplomação de Dilma Rousseff como presidente e esse “italiano” não estaria lá.

“Eu tenho uma foto que mostra o Palocci na primeira fila para assistir a diplomação. Isso comprova que ele não é esse ‘italiano’ que estão falando”, argumentou Batochio.

O advogado disse ainda que, durante o depoimento colhido pela manhã na sede da PF em São Paulo, um delegado teria mencionado que Palocci já esteve em um evento público na casa de Odebrecht, e que isso seria um indício de que o ministro poderia ter favorecido o empresário em licitações do governo. “Isso é um absurdo, agora só porque você vai na casa de alguém quer dizer que existe alguma coisa ilícita?”, questionou Batochio.

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Palocci agora deve ser ouvido pela força tarefa da Lava Jato em Curitiba e sua defesa disse que vai analisar todos os instrumentos disponíveis, mas que ainda é muito cedo para falar em pedido de habeas corpus.

O advogado do ex-ministro também questionou as acusações de que Palocci teria editado medida provisória (MP) para favorecer a Odebrecht em licitações para contratos relacionados com a exploração do pré-sal. “Essas MPs foram editadas quando o Palocci já estava fora do governo”, disse.

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Segundo a PF, foi possível delinear as tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 “que resultaria em imensos benefícios fiscais”, aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal.