Palácio Iguaçu aponta manobra diversionista

O Palácio Iguaçu reagiu à ofensiva iniciada ontem pelo PFL, que está propondo a abertura de uma CPI para investigar uma suposta doação de proprietários de bingos para a campanha eleitoral do PMDB no ano passado. De acordo com o governo do Estado, “trata-se de uma típica manobra diversionista, em que o PFL, solidário aos bingueiros, pretende tirar o foco do caso do Caixa 2, do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, cujo processo está bastante avançado”. O prefeito está sendo investigado sob a acusação de ter mantido uma contabilidade paralela na campanha eleitoral de 2000.

O diretório estadual do PFL também entrou com representação na Justiça Eleitoral para saber se houve registro de contribuição de donos de bingos para a campanha. Na Assembléia Legislativa, a bancada pefelista começou a coletar assinaturas de apoio ao requerimento propondo a instalação da CPI. O presidente estadual do PFL, deputado federal Abelardo Lupion, e o vice-presidente estadual do partido, deputado estadual Durval Amaral, justificaram que a base da ação do partido são as declarações públicas de representantes de donos de bingos contando que contribuiram com R$ 200 mil para a campanha.

Os deputados do PFL alegam que a Assembléia tem a obrigação de investigar. “A denúncia está feita. A Assembléia tem o dever de investigar se há ou não essa ligação do governo com os bingos”, afirmou Amaral.

Legitimidade

“Estão tentando criar uma cortina de fumaça de forma não apenas a desviar as atenções do Caixa 2 de Taniguchi, mas também para retaliar o governo pelo fechamento dos bingos”, disse o secretário da Casa Civil, Caíto Quintana. Na semana passada, foram divulgadas fitas contendo um suposto registro de uma atividade de campanha do secretário da Casa Civil em que ele estaria pedindo votos para funcionários de bingos para a sua candidatura à Assembléia Legislativa.

Para o governo, a proposta de criação da CPI é uma tentativa de os proprietários de bingos de forçar o governo a recuar do fim da atividade no Estado. “Mas não vai ter terceiro turno. Não existe a menor possibilidade. A decisão é definitiva. O governo acabou com os bingos e ponto final”, disse o porta-voz do governo, Benedito Pires. Ele disse ainda que os representantes dos bingos não têm legitimidade para lançar suspeitas sobre o governo. “Denúncias que partem de um sindicato representante de casas que foram fechadas porque exercem atividade ilegal não podem ser levadas a sério.”

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