O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) admitiu que pensa em disputar o governo do Rio, nesta terça-feira, 19. Apesar de não ter anunciado oficialmente sua pré-candidatura, Paes declarou que “está refletindo” sobre o assunto e que “o prefeito da Universal” está lhe “animando a fazer essa função”, em crítica ao atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).

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Paes deu as declarações na saída da sede da Justiça Federal, no centro do Rio, após prestar depoimento para a 7ª Vara Federal Criminal. Ele foi chamado como testemunha de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB). Neste processo, Cabral responde por suposta participação em um esquema para a compra de votos de uma comissão africana para a escolha do Rio como sede Olímpica de 2016.

O ex-prefeito negou que soubesse de tal arranjo e exaltou o mérito do Brasil no sucesso candidatura do País que, segundo ele, vivia um “momento de crescimento no cenário internacional”. “Se fosse verdade, eu diria que seria desnecessário e triste. A gente venceu por uma margem muito grande. A cidade vivia um momento especial. O Brasil tinha um ativo para ganhar as Olimpíadas”, afirmou a jornalistas após o depoimento.

Paes também negou que tivesse relação íntima ou social com Cabral e que almoçou “apenas uma vez” na casa do ex-governador em um resort em Mangaratiba. “Não era amigo dele. Eu era prefeito e ele, governador. Trabalhamos juntos para tentar melhorar o Estado. Infelizmente, essas coisas aconteceram”, disse o ex-prefeito que, até abril deste ano era do MDB, partido de Cabral, do qual se elegeu como prefeito.

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Ele também negou ao juiz Marcelo Bretas ter recebido dinheiro de campanha por caixa 2. A jornalistas, Paes afirmou que desconhecia o recebimento de propina por parte do seu ex-secretário municipal de obras, Alexandre Pinto. Em depoimento para a 7ª Vara, Alexandre admitiu ter recebido R$ 600 mil de forma ilegal e pediu perdão à sociedade.

“(Alexandre) é um servidor de carreira. Não teve nenhuma indicação política. É decepcionante e triste”, afirmou o ex-prefeito, culpando os órgãos de controle pelo ocorrido. “Eu errei na escolha. O prefeito não pode ficar o dia inteiro controlando essas coisas. Tem a controladoria municipal, a controladoria da União. Não tinha um monte de força-tarefa acompanhando as obras de Olimpíada? Infelizmente, essas coisas aconteceram. Fico triste, mas era um servidor público ocupando um cargo”, afirmou.

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