Osmar vai questionar abuso de poder no segundo turno

O senador Osmar Dias (PDT) disse ontem que não vai questionar judicialmente o resultado das eleições no Paraná. Porém, seus advogados vão interpelar o governador reeleito Roberto Requião (PMDB) para responder às denúncias de abuso de poder durante a campanha eleitoral.

?Nossos advogados continuam apurando isso (abuso de poder) que, para mim, é crime eleitoral?, disse. Osmar afirmou que a derrota para Requião nos pequenos e a vitória nas grandes cidades ilustra a pressão que o governador licenciado exerceu sobre as pequenas prefeituras. ?Ganhamos em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, em todos os colégios onde não houve influência da máquina. Onde o povo teve liberdade de escolher, vencemos?, disse.

O senador também criticou os institutos de pesquisa, que previram a vitória de Requião no primeiro turno e que deram seis pontos de diferença entre os candidatos na reta final do segundo turno. ?Essas pesquisas, sem compromisso de acertar, despencam números sobre os eleitores e acabam influenciando sua decisão. Apresentei uma emenda à minirreforma que proibiu os showmícios para proibir a divulgação de pesquisa nos últimos 15 dias de campanha, mas não foi aprovada?, disse. ?Vou apresentar um projeto de lei para que o instituto que errar além da margem de erro por ele mesmo estipulada terá de assumir as despesas de campanha do candidato derrotado?, ironizou.

Osmar defendeu o fim da reeleição que, para ele, deixa a disputa muito desigual. ?Por mais que o candidato à reeleição não queira se utilizar da máquina, que não foi o caso aqui no Paraná, fica muito difícil desvincular. A reeleição é ruim para a democracia?, afirmou.

Osmar anunciou também durante entrevista coletiva que vai a partir de janeiro atuar ?como uma agência reguladora do Estado? para cobrar as promessas feitas pelo seu adversário, Roberto Requião, durante a campanha. Osmar tem mais quatro anos de mandato no Senado.

Osmar Dias, que foi derrotado pelo seu adversário, governador, licenciado Roberto Requião por uma reduzida margem de votos (10 mil num universo de 7 milhões de eleitores), disse que está aberto para discutir com o peemedebista assuntos de interesse do Paraná. E aproveitou para cutucar o oponente: ?Coisa que meu adversário nunca fez, usar a força política dos senadores e deputados federais em favor do Estado?.

Entre as ações que Osmar Dias disse que pretende acompanhar estão o investimento orçamentário de 30% na educação e de 12% na saúde, além da conclusão da Estrada do Cerne. Sobre o resultado das urnas, o senador disse que não ficou frustrado com a derrota, mas lamentou a perda da oportunidade de colocar em prática seu projeto de estado. ?Uma proposta de renovação, em que governar para os pobres é oferecer condições para que eles saiam dessa situação e não mantê-los pobres para garantir seus votos?, argumentou.

Ele se considerou satisfeito com a votação, porque representa ?praticamente metade da população do Paraná?. O senador pedetista não viu falhas em campanha: ?Não faltou nada em nossa campanha, mas sobrou do outro lado. Sobraram cabos eleitorais, sobrou o uso da máquina pública, a pressão sobre os prefeitos, a distribuição de cestas básicas em Fazenda Rio Grande e a utilização escancarada da TV Educativa?.

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