Orçamento: governo recupera autonomia

O governo do Estado recuperou ontem parte de sua autonomia para alterar o orçamento sem ter que pedir permissão aos deputados estaduais. A bancada governista conseguiu aprovar a ampliação da margem de suplementação, sem autorização legislativa. A proposta estava embutida em uma mensagem do governador Roberto Requião (PMDB) pedindo a abertura de créditos adicionais de R$10 milhões para as secretarias de Educação, Desenvolvimento Urbano e Justiça e Cidadania.

Na mensagem, o governo incluiu um artigo que o desobrigava de pedir permissão para créditos por projeto-atividade. A mudança aumentou em R$ 1,7 bilhão o total de recursos que o governo pode transferir de um setor para outro ou complementar na dotação de uma área sem ter que recorrer aos deputados estaduais, segundo informou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Durval Amaral (PFL).

A comissão de Constituição e Justiça havia aprovado uma emenda suprimindo o artigo que alargava as margens de remanejamento do governo, mas depois de uma demorada discussão, a bancada governista conseguiu vencer a queda-de-braço e a emenda caiu. A oposição tentou uma manobra para suspender a votação, alegando que o governo já tinha tentado a mesma fórmula de liberar o Orçamento em um projeto anterior, que foi rejeitado. E, conforme a Constituição Estadual, não poderia ser novamente objeto de uma votação. Mas prevaleceu o entendimento da bancada governista de que as duas matérias não eram iguais."Esta não foi a primeira vez que veio esta pegadinha. Em outro projeto de suplementação, o governo já tinha tentado", disse Amaral.

Para a bancada aliada, ao soltar as amarras de parte do Orçamento, o governo conseguiu driblar uma armadilha feita pela oposição na votação do Orçamento, no ano passado, quando foram estabelecidos vários limites para controlar os movimentos orçamentários do Palácio Iguaçu.

Voltar ao topo