O secretário para Reformas Econômico-Sociais, Bernard Appy, afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo continua disposto a votar proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma tributária ainda este ano e avaliou que a resistência à aprovação é de caráter político. “O entrave é mais político do que federativo. A oposição tem questionado todas as questões da reforma, mesmo as já pacificadas”, afirmou o secretário. “Acho que não é uma questão técnica sair criticando de forma generalizada. Para mim, isso é usar uma metralhadora giratória, batendo em todos os pontos de forma indiscriminada.”

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Em entrevista no Ministério da Fazenda, ao sair da reunião do ministro Guido Mantega com os governadores das regiões Norte e Nordeste, Appy informou que o governo ainda não tomou uma decisão sobre a proposta da oposição de se adiar para março de 2009 a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. O secretário disse que questões pontuais serão discutidas com as áreas técnicas dos governos estaduais em breve.

O secretário relatou que, durante a reunião, todos os governadores declararam apoio à reforma. “Acho que essa posição é importante politicamente neste momento.” Ele afirmou que não considera o Estado de São Paulo um entrave à votação da proposta. Appy disse que, na reunião de hoje, ficou acertado que permanecerá no texto da PEC a alíquota de 2% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) a ser cobrado na origem, como está na proposta original, e não a de 4% reivindicada por São Paulo.

Appy informou que o governo está disposto também a discutir com os Estados a reivindicação de alteração do indexador de correção do Fundo de Equalização, destinado a compensar eventuais perdas de arrecadação dos governos por causa da reforma.

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