O novo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou nesta quarta-feira, 2, que vai exonerar todos os funcionários com cargos em comissão e gratificação na sua pasta, número calculado por ele em 320. Sete horas depois de pregar um pacto com a oposição, Onyx disse que o governo de Jair Bolsonaro não pode manter servidores petistas ou de ideologias que não se identificam com o projeto “de centro-direita”.

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“Nós vamos despetizar o Brasil”, afirmou ele. As exonerações devem ser publicadas nesta quinta-feira, 3, no Diário Oficial da União, mas o ministro disse que ainda fará uma espécie de chamada oral para saber como cada um dos ocupantes dos cargos chegou ao governo. Onyx negou, porém, que a prática seja uma caça às bruxas ideológica. “Para não sair caçando bruxa, primeiro a gente exonera e depois a gente conversa”, afirmou. “O governo é novo e vem aí um novo Brasil: ou afina com a gente ou troca de casa. Simples assim.”

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Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso, Onyx disse que, na reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira, 3, vai propor que todas as pastas sigam o mesmo exemplo e exonerem os ocupantes de cargos em comissão para fazer um pente fino nas nomeações.

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“Vamos procurar retirar do quadro todos aqueles que têm um componente ideológico antagônico ao nosso projeto. Nós somos, sim, um governo que tem um perfil de centro-direita; nós somos, sim, uma aliança liberal conservadora. Não tem fundamento (ficar no governo) o cara que é socialista, comunista ou qualquer dessas outras coisas. Vamos falar branco e franco: a gente não tem medo de enfrentar isso”, argumentou o chefe da Casa Civil.

O processo de reavaliação dos funcionários, chamado por Onyx de “revisão”, durará cerca de duas semanas. Somente ficarão livres das exonerações os servidores da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) e da Imprensa Nacional, que preparam os atos do governo. O Diário Oficial da União, por exemplo, é publicado pela Imprensa Nacional.

Mesmo antes da posse, integrantes do futuro governo já diziam que 30% dos cargos em comissão seriam cortados. Questionado se a máquina pública não pararia com esse enxugamento, Onyx afirmou que houve aparelhamento do Estado nos quase 14 anos em que o PT comandou o País. “Tomamos essa decisão consciente de ter dificuldade, mas vamos governar com aqueles que acreditam no nosso projeto. É importante que a gente possa governar livres de amarras ideológicas”, insistiu o ministro. Para exemplificar a situação, ele fez uma analogia: “Sou colorado. Não tem sentido por um gremista militante na diretoria do Inter, tem?”