Antes da eleição municipal de 2012 o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir se a Lei da Ficha Limpa é válida ou não. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nacional decidiu hoje pedir ao STF que declare constitucional a lei.

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A entidade resolveu protocolar no tribunal uma ação declaratória de constitucionalidade (ADC) porque considerou que é essencial que o STF se manifeste rápida e definitivamente sobre a validade da lei. De acordo com o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, é importante que não haja mais insegurança jurídica e dúvidas futuras sobre quem poderá ou não ser candidato.

Em março, cinco meses após a eleição, o plenário do STF concluiu que a Lei da Ficha Limpa não valeu em 2010 porque foi aprovada com menos de um ano de antecedência ao pleito. Há uma regra na Constituição Federal segundo a qual uma norma com mudanças no processo eleitoral tem de ser aprovada pelo menos um ano antes da eleição.

No julgamento de março, os ministros não deixaram claro se a norma poderá barrar candidaturas nas futuras eleições. Isso ficará resolvido durante o julgamento da ação anunciada hoje pela OAB. Nessa futura votação, os ministros deverão discutir pontos polêmicos da lei.

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Um dos debates mais acirrados deverá envolver um artigo da Constituição Federal que diz que ninguém será considerado culpado até que haja uma condenação judicial definitiva. A Lei da Ficha Limpa prevê que o político pode ser excluído da disputa eleitoral se tiver sido condenado por um tribunal, independentemente de ainda ter chances de recorrer.

Os ministros do STF terão de definir se a inelegibilidade é uma pena ou apenas uma condição para registro de candidaturas. Se considerarem que é pena, a norma poderá ser declarada inconstitucional por prever uma punição, no caso, a inelegibilidade, antes de uma condenação definitiva.

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