Novo partido evangélico defende mudança

Pregando um novo modelo de administração, utilizando princípios da teocracia, está surgindo um novo partido político. Fundado em 1996 mas ainda sem reconhecimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Partido Nacional dos Evangélicos (PNE), que está concluindo os trâmites burocráticos para o registro do partido e promete ter quadro completo para as eleições de 2010, inclusive, com candidato à Presidência da República, teve sua fundação no Paraná formalizada ontem.

Apesar de apostar no crescimento da religião no país, os dirigentes da nova legenda garantem que não haverá restrições a credos entre seus filiados e, até dirigentes. ?Até porque é inconstitucional?, lembra o presidente nacional do partido, pastor João Rocha. ?Nosso objetivo é reunir os cidadãos brasileiros de bem, seguidores de qualquer religião, para mudarmos esse modelo demoníaco de política?, completou, sem detalhar quais mudanças pretende implantar. ?Tudo a seu tempo?, desconversou. O pastor, que promete que a legenda disputará para ganhar as eleições presidenciais de 2010 pensa até em mudanças drásticas na Constituição ?A Constituição de 1988 é ultrapassada, vivemos num país de violência, estamos à mercê da canalhice e da mentira. Temos que implantar uma ?linha dura democrática?. Só obedecendo à vontade de Deus acabaremos com essa perversidade. Temos de unir a teocracia à democracia. O país precisa de autoridade e só Deus tem essa autoridade?, defendeu.

Questionado sobre a já existência de partidos evangélicos como o PR, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, o pastor João Rocha, que é da Assembléia de Deus, disse que sua legenda está aberta e pretende unir todos os evangélicos, ?ao contrário de outras ?empresas evangélicas? que têm seu partido e seu caminho próprio, sem unir-se a ninguém. Eles não abrem espaço para outros evangélicos em seu partido e nem em seu canal de televisão?, criticou.

Para poder participar das eleições de 2010, o PNE precisa regularizar sua situação no TSE, comprovando o apoiamento mínimo de 0,5% dos eleitores (em relação ao número de votos válidos na última eleição para deputado federal). Assim, o partido dedicará os primeiros meses de 2008 para uma cruzada nacional em busca das assinaturas de apoio. Para poder disputar as eleições de 2010, são necessárias 468.890 assinaturas. No Paraná, a missão de angariar apoiadores, bem como dirigir a legenda no estado, caberá ao ex-deputado Otássio Pereira. 

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