Prometendo para até o fim do primeiro semestre deste ano a divulgação dos gastos dos gabinetes e a lista dos funcionários da Casa e de seus salários, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), abriu, ontem, os trabalhos legislativos de 2009. Reeleito presidente para o biênio 2009/10, Justus disse que as ações fazem parte do plano de metas para abrir o Legislativo do Estado para a população.

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Destacando as medidas já tomadas para dar mais transparência à Casa, como a utilização do painel eletrônico e a transmissão das sessões pela televisão, Justus garantiu que o projeto de resolução para divulgação dos gastos e funcionários na internet já está na pauta da Casa. “A transparência é um ativo da cidadania pela qual temos que zelar. Esse processo é uma marcha batida que jamais vamos recuar”, declarou.

Justus reconheceu que a Casa está atrasada na questão da transparência, prometida no ano passado, mas atribuiu ao excesso de projetos importantes que passaram pela Assembleia em 2008 a impossibilidade de votar uma resolução para a divulgação dos dados na internet.

“Esse projeto e o regimento interno estão muito atrelados e necessitam de grande debate com as bancadas. Nos próximos dias já iniciaremos as conversas. Não gosto de falar em prazos, mas acredito que votaremos ainda neste semestre”, declarou.

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Requião

Na sessão de abertura da Assembleia, o governador Roberto Requião (PMDB) cumpriu o protocolo de prestar contas aos deputados sobre as ações do governo em 2008.

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Num discurso pautado pela crise econômica, o governador disse que o Paraná está preparado para enfrentar os efeitos da recessão que, segundo ele, começarão a ser sentidos neste primeiro semestre de 2009.

“Terminamos 2008 com superávit orçamentário. Mas o aperto vai ocorrer até o fim deste trimestre e será pesado. Temos que impedir que a crise castigue a nossa gente, que a conta seja paga pelos trabalhadores”, declarou, citando a minirreforma tributária como um exemplo de ação do Estado neste sentido.

O governador também aproveitou seu discurso na Assembleia para alfinetar o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que também compareceu à sessão, por sua decisão de cortar em 15% os gastos da prefeitura para enfrentar a possível queda de arrecadação.

Requião classificou o corte de gastos como “malandragem, tão em moda que empana gestões incompetentes e glorifica a mediocridade”. “Precisamos de empregos e salários para que a economia gire. Se não tivermos trabalho bem remunerado no setor público e privado o Brasil para”, declarou.

Polêmica à vista

Aprovado na calada da noite da última sessão da AL de 2008, o projeto que cria o fundo de aposentadoria dos deputados estaduais não deve ser sancionado pelo governador Roberto Requião. Ontem, ao deixar a sessão de abertura dos trabalhos legislativos, Requião revelou que pretende devolver o projeto à AL, sem sancioná-lo e nem vetá-lo.

“É complicado, porque quando fui deputado lutei pelo fim da aposentadoria. Agora, acho que vou devolvê-lo”, disse. Questionado sobre a opinião de Requião, Nelson Justus disse que, mesmo sem ser sancionado por Requião, o projeto será promulgado na Assembleia. “Ele tem três opções e pode tomar qualquer decisão: sancionar, vetar ou devolver. Se ele devolver, vamos promulgar, sem constrangimento, pois não fizemos nada ilegal”, afirmou, dizendo que para elaborar o novo projeto, consultou outras assembleias e o Ministério da Previdência.