O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 30, que “não tem intenções” de fazer confronto com o governo do presidente Jair Bolsonaro, com quem garante que mantém “boa relação” mesmo depois de críticas recentes.

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“A minha posição, antes de tudo brasileiro, torço pelo Brasil. Não torço pelo mal nem pelo tropeço do presidente Bolsonaro”, disse o tucano, em coletiva de imprensa.

De acordo com Doria, a postura do PSDB em relação ao governo federal – de apoio às medidas econômicas e não de uma aliança formal – dá liberdade à sigla a ter “posição crítica”. “Nós não jogamos no time dos que querem o pior para o Brasil”, ponderou.

Ontem, o governador paulista disse que a fala de Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi “infeliz”. Na coletiva de hoje, o tucano usou a mesma palavra para comentar o caso e a lembrar que o próprio pai foi exilado na ditadura militar.

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“Politicamente foi infeliz a colocação do presidente Bolsonaro. Brasil precisa de paz, equilíbrio, entendimento, clima de confronto permanente não ajuda o País a crescer e a aprovar reformas.”

chanceler francês

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Doria disse ainda que a relação com a França não deve ser afetada mesmo depois de o presidente Jair Bolsonaro ter cancelado uma agenda com o chanceler do país, Jean-Yves Le Drian. O tucano recebeu hoje o francês no Palácio dos Bandeirantes.

Ontem, ao cancelar o compromisso, Bolsonaro alegou “questão de agenda”. Ele apareceu depois em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, enquanto cortava o cabelo.

Em coletiva de imprensa, após um breve pronunciamento de Le Drian, Doria disse que o cancelamento da reunião com Bolsonaro não foi tratado no encontro e que nem caberia o assunto. “Não creio que isto (cancelamento da agenda) tenha afetado a relação com a França e a comunidade europeia”, ponderou.

Ao comentar sobre a França, Doria lembrou a ligação que tem com o país, e aproveitou para relembrar o passado da família durante a ditadura militar. “Quando meu pai foi exilado, foi a França que nos acolheu. O país concedeu asilo diplomático à minha família”, afirmou.

Ontem e hoje, a lembrança do pai de Doria foi evocada durante crítica do tucano à fala de Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.

Le Drian disse, na sequência, que a “França sempre foi um lugar de asilo e acolhimento, e é importante que permaneça como tal”.