Nanico quer impugnar candidatura de Paulo

A guerra pelas duas vagas do Paraná no Senado já começou. Ontem, um partido “nanico” , o PTC, ingressou no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com um pedido de impugnação da candidatura do ex-governador Paulo Pimentel (PMDB) ao Senado.

No pedido, os candidatos do partido ao Senado, Rogério Miranda de Mello, e à Câmara Federal, Alessandra Hilbert Guimarães Ferreira, alegam que Paulo não se desligou da direção de suas empresas do setor de comunicação dentro do prazo legal exigido pela lei eleitoral.

A assessoria jurídica do PMDB protocola hoje ou amanhã recurso na Justiça Eleitoral demonstrando que o ex-governador cumpriu as exigências da lei ao requerer seu pedido de registro. Paulo deixou o cargo de diretor-presidente da Rádio e TV Iguaçu em assembléia geral dos acionistas realizada às 15h do dia 3 de abril deste ano. Antes, no mesmo dia, às 10h, Paulo já havia se afastado do cargo de diretor-presidente da Editora O Estado do Paraná. Desde esta data, seu nome não consta mais do expediente dos jornais O Estado e Tribuna do Paraná. Na TV Tibagi Ltda, o ex-governador figura como sócio, mas não exerce nenhum cargo diretivo na empresa: a função de gerente da empresa é ocupada por Isabel Lunardelli Pimentel. Agora, a matéria será apreciada pela Justiça eleitoral, que tem até 23 de agosto para julgar os pedidos de impugnação.

Guerra eleitoral

Paulo foi alertado de que a tentativa de impugnação de sua candidatura teria o envolvimento de concorrentes de outros partidos. O PTC é um braço do deputado estadual e candidato ao Senado Toni Garcia (PPB). O partido é dirigido por pessoas ligadas ao deputado, como o ex-candidato a governador do Estado, Achiles Batista, cujo pedido de registro de candidatura foi indeferido pela Justiça Eleitoral na sexta-feira passada (dia 12).

Além do PTC, o ex-governador também foi informado de que adversários do PFL e do PDT teriam interesse no seu afastamento do processo eleitoral. De acordo com as versões que chegaram ao ex-governador, a manobra contra sua candidatura teria sido concebida em um almoço entre o senador Álvaro Dias (PDT) e o candidato ao Senado pelo PFL, Luciano Pizzato, na sexta-feira.

Um dos dois candidatos ao Senado pelo PT, Edésio Passos, confirmou para o senador Roberto Requião – candidato ao governo do PMDB -que foi procurado por emissários do senador pedetista e de Pizzatto para ajuizar o pedido de impugnação da candidatura do ex-governador. Edésio rejeitou o pedido. Seu filho, o vereador de Curitiba André Passos (PT), informou a assessores de Paulo que a manobra estava sendo tramada nos bastidores.

 

Paulo recebe homenagens

Edilson Romanini

O candidato do PMDB ao Senado, Paulo Pimentel, está passando por várias emoções nas viagens que vem fazendo ao interior do Estado. No município de Engenheiro Beltrão, Pimentel – que participou de uma reunião com peemedebistas na Casa de Cultura – foi recepcionado com homenagens e com uma exposição de fotos que registram suas ações quandoe ele governou o Paraná, nos anos 60. “Nos lugares onde passo, alguém sempre lembra de uma obra, comenta algum fato. O povo tem me recebido muito bem na minha volta à política”, observou o ex-governador, que, junto com Requião, percorreram ontem bairros de Curitiba e comemoraram a boa recpetividade à campanha “Dia do 15”, que lançou suas candidaturas ao governo e ao Senado.

Acompanhado do candidato do partido ao governo, senador Roberto Requião, ele percorreu mais seis municípios na região Noroeste. Por causa de problemas com a decolagem de Curitiba, o encontro com peemedebistas em Araruna foi mais reservado. Mas Pimentel e Requião chegaram a tempo de participar da “Festa do Carneiro no Buraco”, em Campo Mourão. Eles aproveitaram para fazer contato direto com os eleitores e se encontraram com vários políticos, entre eles o candidato do PPS ao governo, deputado federal Rubens Bueno. Campanha

Depois, seguiram para Phoenix, onde foram recebidos com um foguetório seguido de uma carreata até o encontro com peemedebistas do muncípio. O ex-governador e o senador ainda passaram por Engenheiro Beltrão e Peabiru. Pimentel agradeceu o apoio que vem recebendo, mas fez um alerta aos militantes do partido. “Apesar das boas posições em que estamos nas pesquisas, eu e o Requião, não podemos baixar a guarda. É hora de botar a campanha nas ruas e buscar os votos”, disse.

Até 20 de agosto, quando começa a programação gratuita no rádio e na TV, a intenção da dupla é ter visitado 350 municípios paranaenses.

Serra assedia Requião

Edilson Romanini

A visita do candidato do PMDB ao senado, ex-governador Paulo Pimentel, à “Festa do Carneiro no Buraco”, em Campo Mourão no fim de semana, foi interrompida por um telefonema dado pelo deputado federal Ricardo Barros (PPB) que trouxe uma informação importante nesta campanha eleitoral. Do outro lado da linha, estava o candidato à presidente da República pelo PSDB, José Serra, que pediu para o ex-governador ajudá-lo a ser aproximar do candidato do PMDB ao governo, o senador Roberto Requião. Serra deixou claro: quer o apoio do senador Roberto Requião no Paraná.

Serra e Pimentel trocaram telefones e ficaram de voltar a conversar nos próximos dias para discutir o assunto com mais calma. Mas a aproximação com Requião não deve ser tão fácil. Na última vez que esteve em Curitiba, no mês passado, o candidato do PSDB à presidente da República simplesmente ignorou a existência do Diretório Estadual do PMDB. Para Pimentel, a mudança de postura reflete que, agora sim, Serra está tomando consciência da “força eleitoral” do peemedebistas. “Ele sabe que o partido tem todas as condições

para eleger o governador e ainda fazer um dos senadores”, afirmou. Ao saber da conversa, Requião disse que o apoio do partido no Paraná a algum candidato à presidência da República ainda está em aberto. “A decisão, se acontecer, só deve ser tomada mais tarde”, observou. Para ele, a preocupação agora é com as visitas que estão sendo feitas ao interior.

Difícil

Ao mesmo tempo que procurou não polemizar com Serra, o senador deixou a entender que o apoio do PMDB do Paraná ao candidato a presidente da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também ficou mais difícil. Requião não gostou dos ataques do candidato petista ao governo do Estado, Pe. Roque Zimmermann. “Padre, quando peca, também vai para o inferno”, ironizou.

TRE recebe pedidos

A Justiça Eleitoral recebeu onze pedidos de impugnação de candidatura e uma notícia de ineligibilidade nesta campanha eleitoral. Na disputa majoritária, foram registrados outras três solitações, além do pedido dirigido a Paulo Pimentel. Os candidatos ao governo, Beto Richa (PSDB), Álvaro Dias (PDT) e Benedito da Silva (PMN) foram alvos de pedidos de impugnação.

O dirigente peemedebista Doático Santos pediu que o Tribunal Regional Eleitoral indefira o pedido de registro do candidato tucano, argumentando que Beto Richa estaria envolvido em investigação da existência de caixa paralelo na campanha eleitoral de 2000 para a Prefeitura de Curitiba. Beto foi eleito vice-prefeito junto na chapa de Cássio Taniguchi (PFL).

Já o PPS requereu a proibição do uso do nome “Frente Trabalhista” pela coligação PDT-PTB-PPB, que tem o senador Álvaro Dias como candidato ao governo. A direção do PPS, cujo candidato ao governo é o deputado federal Rubens Bueno, alega que Álvaro está usando indevidamente o mesmo nome dado à aliança em torno da candidatura de Ciro Gomes à presidência da República.

Já o PMN teve toda a sua chapa contestada pela direção nacional do partido, que fechou aliança nacional com o PT e pretende reproduzir este acordo no Paraná. O pedido de impugnação atinge Benedito da Silva, candidato ao Governo,Ronie Prado Lopes, candidato a Vice-Governador e Gelson dos Santos, candidato ao Senado.

A declaração de ineligibilidade foi contra o ex-prefeito de Foz do Iguaçu Dobrandino da Silva (PMDB). O autor do pedido,Álvaro Timóteo Feijó, argumenta que Dobrandino teve sua inelegibilidade decretada pelo TSE por sentença condenatória de cassação dos direitos políticos.

Senador apresenta propostas

O candidato do PMDB ao governo do Estado, senador Roberto Requião, foi o convidado do Tribuna na TV, ontem ao meio-dia, na TV Iguaçu em Curitiba. O programa é apresentado pelo deputado estadual Ricardo Chab. Requião apresentou as propostas de governo e tocou em pontos polêmicos, como o pedágio. Disse que, se eleito, vai chamar as concessionárias para uma conversa. Vai dizer a elas que vão passar a receber somente pelos serviços prestados, o que significa que o valor cobrado deve cair bastante. O senador também falou sobre segurança pública, saúde, geração de empregos e combate à pobreza.

O Tribuna na TV está fazendo uma série de entrevistas com os candidatos ao governo do Paraná. O primeiro convidado foi o deputado federal Rubens Bueno, do PPS . Na próxima sexta-feira é aguardada a presença do senador Álvaro Dias, da coligação PDT-PTB-PPB.

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