O Ministério Público deve apresentar parecer, nos próximos dias, sobre as denúncias feitas pela auditoria independente contratada em novembro do ano passado pela Federação das Indústrias do Paraná (uma das organizações que integram o Sistema Fiep) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) apontando desvios no Instituto estimados em R$ 25 milhões. As duas entidades deram entrada com representação criminal junto ao Ministério Público para investigação das denúncias de irregularidades no IEL em abril deste ano.
Na época, a denúncia foi de que o valor dos desvios chegava a R$ 7,7 milhões somente no período compreendido entre janeiro e setembro de 2003. Mas, como havia indícios de que as irregularidades poderiam se estender a anos anteriores, a auditoria decidiu prorrogar seus trabalhos e encaminhar os resultados ao Ministério Público.
As informações preliminares levantadas pela auditoria apontam que funcionários do IEL utilizavam notas frias para encobrir aplicações irregulares. Segundo o superintendente corporativo do sistema, Arthur Carlos Peralta, as notas que sustentavam o esquema estariam sendo fornecidas por um funcionário do terceiro escalão do Centro de Integração Tecnológica do Paraná (Citpar), organização não-governamental que fica sediada junto à Fiep mas não faz parte do sistema.
Peralta informou que o funcionário já foi afastado e o esquema foi descoberto. Também há suspeitas de que havia um esquema de desvio de recursos envolvendo secretarias de Estado da gestão passada, sindicatos e o Citpar.
Em maio e junho de 2003, a 2.ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado pediu a impugnação de despesas efetuadas pelo ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos do governo do Estado na administração Jaime Lerner (PSB), Alex Beltrão.