O Ministério Público (MP) de Mato Grosso do Sul, impetrou nesta terça-feira (13) mais uma ação judicial contra o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. É a sexta deste ano, todas sobre supostos desvios de verbas nos últimos dois anos de governo do petista (2005/2006). Segundo a denúncia, o ex-governador e o ex-secretário de Estado de Coordenação-Geral do governo, Raufi Marques, "valeram-se reiteradamente dos contratos celebrados com as agências de publicidade para desviar recursos públicos por meio de notas fiscais frias".

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Os promotores de Justiça conseguiram uma suposta prova final da falsificação de notas fiscais no valor de R$ 151.694,11. Os comprovantes fiscais são da ZN Marketing, Publicidade e Promoções Ltda., cujo valor deverá ser reembolsado pelo Estado em dobro, conforme solicitam na ação. Eles pedem a indisponibilidade dos bens dos denunciados, quebra de sigilo bancário e pagamento de R$ 303.388,22.

Anexada à ação, está o depoimento de José da Silva Bandeira, o Carioca. Ele acusa o ex-patrão, Hugo Siqueira Borges, dono da empresa Sergraph, de ser chamado pelo governo estadual "para realizar serviços inexistentes ou para simular quantidades superiores ao efetivamente impresso". A Sergraph é a gráfica impressora das notas fiscais utilizadas pela ZN no suposto superfaturamento das despesas feitas pela Secretaria de Coordenação-Geral de Governo (Secoge).

Os gastos feitos irregularmente eram aprovados pelo então sub-secretário de Comunicação Social, Oscar Gaspar Ramos, que também foi denunciado pelo MP. Segundo os promotores, existe uma sala repleta de documentos e outras provas apresentadas nas ações impetradas até agora. Eles explicam que até agora foram analisados materiais referentes aos últimos dois anos da gestão Zeca do PT. Falta ainda a primeira parte do mandato. Os acusados negam qualquer pronunciamento antes da audiência de defesa preliminar, que poderá acontecer em março.

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