O Movimento Marina Silva – grupo formado por simpatizantes da candidata derrotada do PV à Presidência da República – decidiu abrir um fórum para discutir qual deve ser a posição da senadora neste segundo turno. Segundo Eduardo Rombauer, um dos fundadores do grupo, das 156 manifestações no site (www.movmarina.com.br) até as 15 horas, a maioria defendia que a ex-candidata declare neutralidade.
Além de lideranças do PV e amigos mais próximos, Marina já sinalizou que quer conversar com seus simpatizantes. “Ela deve considerar, em primeiro lugar, que está construindo um novo processo político no País”, disse. “Não é a questão de apoiar um ou outro, é saber qual é a melhor forma de levar esse processo adiante”, acrescentou. Na opinião de Rombauer, que participou ativamente da campanha de Marina, “de imediato não faz sentido declarar voto a ninguém”. “O coerente é ela ouvir os candidatos e os movimentos sociais que a apoiam”, afirmou.
Rombauer admite que Marina tende a ser cuidadosa em sua escolha e que, mesmo tendo mais força política que o próprio PV, ela não deixará de ouvir seus companheiros de partido. “O partido é atrasado e é muito menor que a Marina”. “A sigla tem falhas graves de liderança, mas a Marina não é o tipo de pessoa que mina quem pensa diferentemente dela, ela não vai deixar de escutar o partido”, disse.
Para Rombauer, há uma tendência na coordenação da campanha de apoiar a neutralidade e, considerando os discursos de Marina nos últimos meses e a proximidade dela com antigos amigos do PT, a última das hipóteses seria a de declarar apoio ao tucano José Serra. “Esse é o raciocínio, só não sei se ela teria outro argumento (para apoiar Serra)”.
Convenção
O presidente do PV do Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, informou que o partido se reunirá em convenção nos próximos dias para definir uma posição oficial. Independentemente de qual seja a posição formal, os militantes que discordarem estarão liberados para assumir posições contrárias. Até agora, só o candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, anunciou que apoiará os tucanos. “O Gabeira é um caso especial, ele já tinha o apoio do PSDB”, justificou.
Embora tenha sido contrário à aliança PV-PSDB no Rio, Sirkis não pretende revelar sua opinião antes da reunião da Executiva do partido. Ele se encontrará nesta tarde com Marina para discutir o assunto. De concreto, o partido já decidiu que vai se reunir para definir um programa mínimo a ser apresentado aos presidenciáveis, ouvi-los e, por último, deliberar. “A decisão oficial do PV só sai em 15 dias, depois da convenção”, avisou.


