O deputado estadual Nereu Moura cogita concorrer à presidência do diretório estadual do PMDB, na convenção que será realizada no dia 14 de dezembro.
Na próxima segunda-feira, dia 10, a executiva estadual do partido se reúne em Curitiba para debater a realização da convenção que vai eleger a nova executiva regional, atualmente comandada pelo deputado federal Gustavo Fruet. Ele anuncia na reunião de segunda-feira se pretende concorrer à reeleição e disse que não sente clima de discórdia na sucessão do diretório estadual, ao contrário da disputa envolvendo o comando do partido em Curitiba.
Moura disse que irá conversar com a bancada estadual e federal e com o governador Roberto Requião (PMDB) para que haja um consenso em torno da escolha do futuro dirigente. O deputado peemedebista ainda não formalizou sua intenção de disputar a presidência. Apenas confirmou que foi procurado por peemedebistas que “lembraram” do seu nome. “Alguns companheiros lembraram de mim. Mas acho que o partido deve ter um nome de consenso. Chega de disputas. O próximo presidente deve ser alguém que some, que seja contemporizador”, afirmou.
Moura defende a eleição de um deputado estadual ou federal para o comando do partido no Estado, mas disse que ainda não sabe se apoiaria Gustavo se o atual presidente decidir disputar um segundo mandato. “Essa é uma posição que tem que ser tomada em grupo. O Gustavo é um grande quadro do partido. Mas está vivendo um embate que dificultaria a reeleição para a presidência do diretório. O clima, no momento, é de animosidade”, comentou o deputado peemedebista.
Gustavo está em pé de guerra com a direção do partido em Curitiba e com alguns integrantes do governo.
Pré-candidato à sucessão do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) no próximo ano, o presidente estadual está enfrentando a ala que defende o apoio à candidatura do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT), que ainda não foi indicado oficialmente pelo seu partido e tem como adversário o deputado Florisvaldo Fier. O ponto alto da briga foi a convenção realizada há quinze dias, quando nenhum dos grupos foi proclamado vencedor. A convenção foi suspensa por ordem judicial.
Doático protesta no Tribunal de Justiça
O presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, anunciou ontem que irá reinstalar a convenção do partido na próxima quarta-feira (dia 12), em frente ao prédio do Tribunal de Justiça, no Centro Cívico. É um protesto contra a demora da decisão judicial sobre o recurso para liberar a apuração dos votos da convenção realizada no dia 26 de outubro e que foi suspensa por determinação do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Oto Sponholz. As urnas foram lacradas e recolhidas ao Tribunal Regional Eleitoral e até agora o PMDB não sabe quem foram os vencedores na eleição para o diretório. A disputa se deu entre três chapas, mas foi polarizada entre a ala que defende candidatura própria para a prefeitura de Curitiba, encabeçada pelo diretor do Detran, Marcelo Almeida e pelo presidente estadual do partido, deputado federal Gustavo Fruet, e o grupo que prega o apoio à pré-candidatura do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT), liderado por Doático e o secretário de Educação, Maurício Requião.
“Queremos nossos votos de volta”, disse Doático. Segundo ele, ao determinar a apreensão das urnas, o Tribunal de Justiça não atendeu a nenhuma das partes do partido. “Nenhum dos grupos pediu suspensão da apuração. Uma das ações impetradas era para pedir a validade do voto dos filiados que não se recadastraram. A outra ação, a nossa, era para que valesse apenas o voto dos recadastrados. Não há motivos para suspender a apuração”, argumenta o dirigente municipal.
No dia convenção, votaram 1.476 filiados que constavam da lista oficial e mais 181 militantes que não haviam se recadastrado. Segundo Doático, é possível apurar o resultado, independente da decisão futura da Justiça a respeito do colégio eleitoral. “Nós podemos desmembrar os votos e dependendo da decisão, recalcular o resultado. Não podemos é ficar assim”, afirmou Doático.
Sem comentários
O presidente estadual do PMDB resumiu o que pensa da iniciativa do seu adversário no partido de reabrir a convenção: “Este é o Doático na sua verdadeira expressão”. (EC)