O juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em primeira instância, em Curitiba, negou o benefício de uma audiência sem imagens do réu ao ex-ministro Antonio Palocci, ouvido nesta quinta-feira, 20. Ele é acusado em ação penal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, como principal interlocutor do PT e do governo federal com o cartel de empreiteiras que desviou mais de R$ 40 bilhões da Petrobras, entre 2004 e 2014.

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No início da audiência, o criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, pediu ao juiz. “Excelência, poderia esse interrogatório ser realizado sem imagem?”

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Moro negou. “Doutor, eu tenho reservado esse benefício apenas aqueles que têm feito a colaboração, então não tem uma base legal”, respondeu o magistrado.

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Palocci é um dos principais delatados na mega colaboração da Odebrecht, fechada com a força-tarefa da Lava Jato. Sob o codinome “Italiano” ele teria gerido uma “conta corrente” paralela que chegou a ter crédito de R$ 200 milhões de dinheiro não contabilizado para uso nas campanhas do PT.

Possível candidato a delator, Palocci está preso, em Curitiba, desde setembro de 2016, é réu em duas ações penais abertas pelo juiz Sérgio Moro – na outra, ainda em fase inicial, o principal réu é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Palocci pediu para fazer uma breve contextualização dos episódios em que foi acusado pelo Ministério Público Federal, no início da audiência, e Moro pediu que ele a fizesse ao final do depoimento. Este processo trata do pagamento de propinas para o marqueteiro do PT João Santana, pela Odebrecht. Santana é o mais novo delator da Lava Jato.