Ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o juiz federal Sérgio Moro atribuiu ao petista “táticas de intimidação”.

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“Como defesa na presente ação penal, tem ele (Lula), orientado por seus advogados, adotado táticas bastante questionáveis, como de intimidação do ora julgador, com a propositura de queixa-crime improcedente, e de intimidação de outros agentes da lei, Procurador da República e Delegado, com a propositura de ações de indenização por crimes contra a honra”, assinalou o magistrado.

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Moro anotou que desde que se tornou alvo da Operação Lava Jato, Lula, por meio de seus defensores, fustiga investigadores e repórteres com ações de indenização, ainda que sem êxito.

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“Até mesmo promoveu ação de indenização contra testemunha e que foi julgada improcedente, além de ação de indenização contra jornalistas que revelaram fatos relevantes sobre o presente caso, também julgada improcedente.”

O juiz da Lava Jato aponta, ainda, para “declarações públicas no mínimo inadequadas sobre o processo”. Moro se referiu a afirmações de Lula de que poderá retaliar os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal e os delegados de Polícia Federal que o acusam.

“Por exemplo, sugerindo que se assumir o poder irá prender os procuradores da República ou delegados da Polícia Federal (05 de maio de 2017, ‘se eles não me prenderem logo quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam’. Essas condutas são inapropriadas e revelam tentativa de intimidação da Justiça, dos agentes da lei e até da imprensa para que não cumpram o seu dever.”

Moro considera que poderia mandar prender o ex-presidente. Mas assegurou a Lula o direito de recorrer em liberdade. “Considerando que a prisão cautelar de um ex-presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentar a sua apelação em liberdade.”