O juiz federal Sérgio Moro autorizou que o publicitário Duda Mendonça acesse um dos autos da Operação Lava Jato. A decisão atende a pedido da defesa do publicitário, citado na delação premiada do empresário Emilio Odebrecht, patrono da empreiteira.

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O trecho da colaboração que aponta para Duda foi enviado a Moro pelo Supremo Tribunal Federal em julho. A decisão do juiz é de 25 de setembro.

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Ao Ministério Público Federal, Emilio relatou que, depois da prisão do filho, o empresário Marcelo Odebrecht, o publicitário ‘demandou compromissos não quitados’. Marcelo foi preso em 19 de junho de 2015. Está custodiado no Paraná até hoje.

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“Logo que Marcelo foi preso, eu fui procurado pelo Duda Mendonça que tinha relação comigo, ele chegou para mim e disse: ‘tem aí um compromisso da Odebrecht comigo, Marcelo não está mais aí, não sei como está isso na organização , eu estou sem cliente na organização e quero receber aquilo que tenho a receber e eu tenho direito a receber e foi acertado'”, relatou Emílio aos procuradores da Lava Jato, em depoimento gravado em vídeo, no dia 14 de dezembro de 2016.

Emílio disse não saber qual era o valor que a Odebrecht tinha com o publicitário. Sua defesa, no entanto, entregou como documento de prova de corroboração do que fala o delator, um contrato fictício entre a empresa e o publicitário, assinado em janeiro de 2015, para serviço de consultoria de ‘gestão de crise’ no valor de R$ 9,6 milhões.

Segundo o delator, o pagamento a Duda se daria por meio da supervalorização de um terreno. Esta negociação, afirma o empreiteiro, teria sido operacionalizada pela DAG Engenharia, mesma empresa que participou da compra de um terreno que abrigaria a nova sede do Instituto Lula. Emilio Odebrecht relatou que a operação de compra superfaturada do terreno de Duda foi montada, mas não executada.

O Ministério Público Federal cita a DAG em denúncia sobre supostas propinas da Odebrecht ao ex-presidente Lula. Parte das vantagens indevidas, acusa a Lava Jato, foi lavada mediante a aquisição, em benefício do petista, de um imóvel localizado na rua dr. Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo, em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto.

De acordo com a Procuradoria da República, a compra do terreno foi realizada em nome da DAG Construtora, mas com recursos originados da Odebrecht, em transação que também contou com a interposição de Glaucos da Costamarques, parente de José Carlos Bumlai, sob a orientação de Roberto Teixeira. O valor total da compra e manutenção do imóvel, até setembro de 2012, chegou a R$ 12.422.000,00.