Confirmado nesta segunda-feira, 01, como futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou que a agenda proposta para o aumento da competitividade e da produtividade “está em consonância com os objetivos gerais da política econômica” já anunciada pelos futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mantido no cargo pela presidente Dilma Rousseff.

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“O reequilíbrio macroeconômico é condição fundamental para o fortalecimento da confiança dos agentes econômicos e da retomada de um crescimento mais vigoroso, que deve ter como principais objetivos o aumento dos investimentos, das exportações e da produtividade”, discursou Monteiro. Para ele, a elevação da produtividade permitirá a “sustentabilidade do aumento dos salários” e o fortalecimento da demanda doméstica, “garantindo as nossas conquistas sociais”.

Ele argumentou que a indústria tem um papel central na agenda do crescimento do País e que “não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo”. “Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho.” Apesar disso, ele fez questão de ressaltar a importância do setor terciário, ao dizer que comércio e serviços “têm um papel estratégico na agenda da competitividade”.

Realinhamento cambial

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Monteiro afirmou também que ocorrerá “um realinhamento cambial que se dará em condições naturais” e não quis fazer projeção do câmbio para os próximos meses.

“Teremos um realinhamento cambial que se dará em condições extremamente naturais, sem nada que pareça movimento brusco e tenha caráter artificial”, afirmou. “Não me arrisco a fazer nenhuma projeção. Mais importante que a taxa de câmbio nominal é taxa de câmbio real. Para isso, o Brasil tem que ter inflação menor do que aquela dos países com os quais se relaciona. Trabalhar pelo câmbio significa trabalhar pela eficiência do tripé macroeconômico”, disse.

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“Não posso deixar de reconhecer que o real tem uma valorização e isso de alguma forma concorreu ao longo da última década para perda de competitividade da indústria brasileira. No entanto, processos artificiais de correção cambial conduzem sempre a situações perigosas. O Brasil tem sistema de cêmbio flutuante”, disse, acrescentando acreditar firmemente na coordenação das políticas monetárias e fiscal. “Acho também que a política monetária dos EUA vai produzir reorientação dos fluxos de poupança com significativo efeito sobre o câmbio”, completou.

“É evidente que câmbio é preço macroeconômico importantíssimo, como juros, mas evidentemente que a coordenação da política cambial tem que estar associada às políticas monetária e fiscal”, disse.