A menos de um mês para a posse, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) definiu a sua equipe ministerial. O novo governo terá 22 ministérios, mas, ao longo do próximo mandato, o número deve cair para 20, já que o Banco Central (BC) e a Advocacia-Geral da União (AGU) devem perder o status. A quantidade será maior do que os 15 ministérios prometidos pelo próprio Bolsonaro durante a campanha, mas um pouco menor que a formação da atual gestão, de Michel Temer (MDB), que tem 29 pastas ministeriais.

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Os escolhidos para comandar os ministérios do governo Bolsonaro são, em sua maioria, militares, políticos, economistas, técnicos de carreira e advogados. A área com o maior número de representantes é a Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), com sete nomes. Depois, aparecem os políticos, com cinco representantes, todos deputados. Há, ainda, três técnicos de carreira, três advogados, dois economistas, um ex-juiz federal e um filósofo (confira no fim da matéria um perfil completo de cada um deles).

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As pastas que foram extintas, com suas funções sendo distribuídas para os futuros ministérios, são: Trabalho, Cidades, Cultura, Desenvolvimento Social, Esporte, Indústria e Comércio Exterior, Planejamento, Fazenda, Segurança Pública e Transportes, Portos e Aviação. Por outro lado, foram criados os ministérios da Economia, Infraestrutura, Cidadania e Mulher, Família e Direitos Humanos.

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Com esse novo desenho, com muitas pastas incorporando funções de outras, alguns dos futuros ministérios estão sendo chamados de “superministérios”. É o caso da Economia, que herdou Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, e da Justiça e Segurança Pública, que vai unir duas pastas que hoje funcionam de maneira independente.

As atuais secretarias diretamente ligadas à Presidência e com status de ministério foram mantidas. São elas: Casa Civil, Secretaria-Geral, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional.

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Idas e vindas

A formação dos ministérios começou antes mesmo da eleição, quando já durante a campanha Bolsonaro afirmou que o economista Paulo Guedes, o deputado Onyx Lorenzoni e general Augusto Heleno seriam seus ministros. Ao todo, desde a votação do segundo turno, foram 42 dias até que o presidente eleito fechasse a formação da sua equipe, o que aconteceu no último domingo, com a indicação do advogado Ricardo Salles para o ministério do Meio Ambiente.

O processo, porém, foi marcado por idas e vindas. O general Augusto Heleno seria, inicialmente, ministro da Defesa, mas depois virou o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para ficar mais próximo ao presidente eleito, de quem é braço-direito. Bolsonaro chegou a cogitar a união do Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente, mas recuou após diversas críticas. A extinção do Ministério do Trabalho também só foi confirmada na semana passada, quando Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil, apresentou o desenho do novo governo.

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Segundo escalão

Com a definição do primeiro escalão, o novo governo foca agora em preencher os cargos de segundo escalão, como são denominadas as funções de secretários e diretores de ministérios, empresas públicas e demais órgãos governamentais. Segundo Eliseu Padilha, atual chefe da Casa Civil, o presidente eleito e sua equipe terão, pelo menos, 10 mil cargos de livre nomeação para indicar para o Executivo.

E diferente do que aconteceu com a equipe ministerial, o presidente eleito admite aceitar indicações de partidos para o segundo escalão. No caso da equipe ministerial, Bolsonaro focou em indicar nomes técnicos e ligados às Forças Armadas, cumprindo uma promessa de campanha, e deu mais ouvido às indicações das bancadas temáticas do Congresso. Agora, para os cargos inferiores, sinalizou que vai ouvir as siglas, mas assegurou que não haverá troca de favores.

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Diplomação

Nesta segunda-feira (10), o presidente e o vice-presidente eleitos serão diplomados pelos Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A diplomação é uma etapa obrigatória e acontece após a aprovação pela Justiça Eleitoral da prestação de contas da chapa eleita. A movimentação financeira da campanha de Bolsonaro foi aprovada, com ressalvas, na última terça (4). Segundo o TSE, a diplomação confirma que os eleitos cumpriram todas as formalidades previstas na legislação eleitoral e estão apto a exercer o mandato.

A posse de Bolsonaro e do general Hamilton Mourão ocorre em 1.º de janeiro, marcando em definitivo o início do novo governo.

Confira os 22 ministérios do governo de Jair Bolsonaro e seus respectivos ministros:

■ Casa Civil – Onyx Lorenzoni

■ Secretaria-Geral da Presidência da República – Gustavo Bebianno

■ Secretaria de Governo – general Carlos Alberto dos Santos Cruz

■ Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – general Augusto Heleno

■ Economia – Paulo Guedes

■ Agricultura – Tereza Cristina

■ Meio Ambiente – Ricardo Salles

■ Direitos Humanos – Damares Alves

■ Ciência, Tecnologia e Comunicação – astronauta e tenente-coronel Marcos Pontes

■Relações Exteriores – Ernesto Araújo

■ Defesa – general Fernando Azevedo e Silva

■ Cidadania – Osmar Terra

■ Educação – Ricardo Vélez Rodríguez

■ Saúde – Luiz Henrique Mandetta

■ Justiça e Segurança Pública – Sergio Moro

■ Turismo – Marcelo Álvaro Antônio

■ Infraestrutura – Tarcísio Gomes de Freitas

■ Desenvolvimento Regional – Gustavo Canuto

■ Transparência e CGU – Wagner Rosário

■ Minas e Energia – almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior

■ Banco Central* – Roberto Campos Neto

■ Advocacia-Geral da União (AGU)* – André Luiz de Almeida Mendonça

*Vão perder o status de ministério ao longo do próximo mandato.

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