Um dia após a deflagração da Operação Métis, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, se reuniu na manhã deste sábado com o presidente Michel Temer em São Paulo e apresentou um relatório sobre os motivos que levaram à ação policial. O encontro estava fora da agenda oficial de ambos.

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Ontem, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas dependências do Senado e deteve quatro integrantes da Polícia Legislativa. Apenas o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo de Araújo Carvalho, permanece preso.

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No governo, interlocutores de Temer demonstraram preocupação com os desdobramentos políticos da operação, principalmente após as críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O peemedebista defendeu a atuação da Polícia Legislativa do Senado – subordinada diretamente a ele – e criticou o ministro dizendo que ele “extrapolou” ao se pronunciar sobre o trabalho dos quatro servidores presos. Ontem, Moraes disse que os policiais legislativos “extrapolaram o que seria de sua competência” e “realizaram uma série de atividades direcionadas à obstrução da Justiça”.

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Ao Broadcast Político, Renan disse que o trabalho da Polícia do Senado não era da “competência” de Moraes por se tratar de um outro Poder e que ele deveria se informar antes de se pronunciar. “Quem fala demais acaba dando bom dia a cavalo”, alfinetou o senador, que é um dos investigados pela Lava Jato.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse que a busca e apreensão nas dependências do Senado precisavam ser “muito bem explicadas” à sociedade. “Não se pode deixar de ter cautela quando um assunto assim pode ser interpretado como confronto entre instituições republicanas, especialmente neste momento em que vivemos”, afirmou Geddel.