Mercadante: “devemos aprender a fazer mais com menos”

O novo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, empossado nesta manhã, destacou em seu discurso a preocupação em compatibilizar os ajustes fiscais a serem implantados pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff neste ano com os investimentos no setor. “Devemos estar atentos ao fato de que, neste primeiro ano de governo, serão feitos imprescindíveis ajustes fiscais. Além disso, torna-se necessário melhorar os mecanismos de controle dos gastos e otimizar o uso dos recursos disponíveis. Devemos aprender a fazer mais com menos”, admitiu.

O orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), atualmente, é de 1,25% do Produto Interno Bruto (PIB), mas a meta da década, de acordo com a 4ª Conferência da Ciência e Tecnologia, é de que este índice atinja de 2% a 2,5% do PIB. Um desafio, já que, segundo Mercadante, para que o atual orçamento atinja 1,53% do PIB até 2014, é preciso que os recursos sejam incrementados em 10%, combinados com um crescimento da economia brasileira, em média, a 4,5% ao ano.

Nesse contexto, o novo ministro também exortou os titulares de ministérios parceiros, como da Educação e Meio Ambiente, bem como governadores de Estados, a desenvolverem um trabalho conjunto em ciência e tecnologia, sustentando que essa matéria não deve ser tratada como política de governo, e sim como “política de Estado”.

Para cumprir as metas de sua gestão, em que dará prioridade ao desenvolvimento de projetos de sustentabilidade e inovação tecnológica, Mercadante ressaltou que a “banda larga e a inclusão digital” poderão se transformar no mecanismo mais poderoso para atingir essa finalidade. Segundo ele, o Projeto Nacional de Banda Larga vai permitir grande salto de qualidade na educação.

“Não resolveremos o nosso ainda grande apartheid social sem resolver o iníquo e perverso apartheid digital, que priva a maior parte dos nossos alunos e professores do acesso ao século 21”, discursou.

O novo ministro apontou como prioridades de sua gestão aprofundar a política de formação de recursos humanos em todos os níveis, avançar com a pesquisa científica. Ele defendeu, também, a criação da Agência Reguladora Nuclear Brasileira, bem como mais recursos para investimentos no ciclo do combustível nuclear.

Mercadante defendeu, ainda, um programa espacial fortalecido, com recursos para atender as demandas por satélites, e o aproveitamento das vantagens geográficas da Base de Alcântara.