Max defende o PMDB fora do governo

O PMDB do Paraná responderá por quase 10% dos votos do partido na Câmara dos Deputados. Dos 89 deputados federais eleitos em outubro pela sigla, oito são paranaenses, que constituem a segunda maior bancada do partido na Câmara, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro. Entre os paranaenses, apenas um, Hermes Parcianello, subiu ao palanque da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas agora, a maioria apóia a coalizão aprovada ontem pelo conselho político do diretório nacional. O deputado Max Rosenmann é a exceção. Ele discorda do apoio do partido ao governo Lula.

O diretório estadual do PMDB não mandou representantes à reunião do conselho político, mas enviou uma carta comunicando que a posição do partido era favorável a integração à base de apoio do presidente Lula. Os deputados federais Osmar Serraglio e o eleito Rodrigo Rocha Loures estavam presentes à reunião.

Tanto Loures como Serraglio apoiaram o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa à presidência da República. ?Houve uma definição do povo, que quer o Lula na presidência. Cabe a nós, agora, trabalhar para que haja um ajuste dos programas de Lula de forma a ajudar o Paraná?, afirmou Serraglio, que ganhou projeção ao assumir a relatoria da CPMI dos Correios, na qual denunciou vários petistas e o presidente da República por envolvimento no esquema da compra de votos no Congresso Nacional.

Rocha Loures disse que o processo eleitoral está encerrado e que está dando um voto de confiança ao presidente. ?A eleição acabou. Alguns ganharam. Outros perderam. Eu apoiei o Alckmin, mas entendo que o papel da bancada do PMDB do Paraná será muito importante para este governo. Achei interessante a proposta do presidente Lula de implantar uma democracia parlamentarista?, justificou o deputado eleito, que também elogiou os sete compromissos de Lula na carta que enviou ao partido e que inclui a promessa de retomada do crescimento e a realização da reforma tributária. ?É o presidente que assina a carta e não o PT?, disse.

Outro crítico do primeiro governo de Lula e que decidiu se moldar à decisão do partido é o deputado federal eleito Reinhold Stephanes. Ex-ministro da Previdência do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Stephanes afirmou que sua posição é coerente com o resultado das urnas. ?Eu fui favorável à coalizão porque afinal de contas o Lula ganhou a eleição e muito bem e tem que governar. Tem que prevalecer o bom senso para ajudar na governabilidade?, comentou.

Para Stephanes, sem o auxílio do PMDB, o presidente Lula teria imensas dificuldades para governar. ?Continuo mantendo minha visão crítica do governo dele. Mas acho que ele tem que governar e no que puder ajudar a que ele caminhe na linha daquilo que desejamos, vou contribuir?, comentou.

Líder do bloco do agronegócio na Câmara dos Deputados, o deputado Moacir Micheleto também está a favor da coalizão. ?Eu acho importante que o PMDB do Paraná tenha voz neste processo. O Estado que tem a segunda maior bancada tem que ser consultado sobre as decisões importantes?, disse Micheleto. Para o deputado peemedebista, mais do que opinar, o PMDB do Paraná também deveria ocupar um cargo no governo Lula. ?Nós temos bastante peso para isso?, defendeu.

Hidekazu Takayama mudou de posição. Disse que, embora considere que o governo Lula deixou a desejar no primeiro mandato, vai seguir a orientação do partido. ?Sou partidário e quero acreditar que o presidente vai cumprir os compromissos de retomada do crescimento?, justificou.

Contra

Uma das poucas vozes discordantes na bancada é do deputado Max Rosenmann. ?Se considerarmos o resultado da eleição e o nível do debate, é para ficar triste. O Brasil não está crescendo. Não tem um projeto nacional. Não se discute a eleição do Lula, é legítima, mas ele não sabe governar, não sabe o que fazer. O PMDB também não tem um projeto nacional?, atacou o deputado.

Rosenmann afirmou que não quer ser considerado da base do governo. ?Estou disposto a colaborar no que for importante para o país e o estado. Mas não quero ter compromissos com este governo. Principalmente, enquanto a conversa for no nível dos cargos. Não deveríamos participar desse mercado persa?, criticou. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo
O conteúdo do comentário é de responsabilidade do autor da mensagem. Ao comentar na Tribuna você aceita automaticamente as Política de Privacidade e Termos de Uso da Tribuna e da Plataforma Facebook. Os usuários também podem denunciar comentários que desrespeitem os termos de uso usando as ferramentas da plataforma Facebook.