| Foto: Ciciro Back/O Estado |
| Berti: mais valorização. continua após a publicidade |
O ex-prefeito de Bocaiúva do Sul e marido da atual prefeita da cidade, Élcio Berti, está propondo a criação da Associação dos Primeiros-Damos do Paraná. Naturalmente, a expressão "damo" não existe na língua portuguesa. É um neologismo que funciona como o masculino de dama. Mais uma contribuição de Berti para o folclore político.
A associação, que deverá ser fundada por Berti no próximo dia 18, pode ser a primeira do País, embora exemplares de primeiros-damos não sejam novidades na política nacional. Basta lembrar de Luís Favre, marido da ex-prefeita Marta Suplicy. Ou mesmo do ex-governador Anthony Garotinho, que atualmente ocupa o posto de "primeiro-damo" do Rio de Janeiro, ao lado da esposa governadora, Rosinha Garotinho.
Segundo Berti, que atua como secretário da Administração de Bocaiúva do Sul, a entidade está sendo criada para valorizar aqueles que são os suportes das prefeitas, a quem foi confiada a responsabilidade de administrar os municípios paranaenses. "Dizem as más línguas que a mulher é a cabeça da família, o que não era assim tempos atrás, mas de qualquer forma não podemos esquecer que nem uma cabeça funciona sem o pescoço", disse Berti.
O "primeiro-damo" de Bocaiúva do Sul acredita que faltava uma entidade para representar os maridos das prefeitas. "Não poderíamos nós, que fazemos parte de uma sociedade que se diz solidária e cujas nossas esposas ocupam cargos de lideranças nos mais diferentes municípios paranaenses, continuarmos discriminados. Todos os dias vemos as primeiras-damas dos municípios paranaenses realizando as mais diferentes reuniões. Ora, se somos os suportes de nossas esposas prefeitas, porque não termos a nossa própria associação?", declarou.
Berti diz que contabilizou 12 "primeiros-damos" em municípios do Paraná. Como há cerca de 20 municípios paranaenses com mulheres na administração municipal é possível que haja um número um pouco maior. Contudo, os membros desse seleto grupo estão divididos a respeito da sua possível filiação à associação. Em São Pedro do Ivaí, o marido da prefeita Cristiane Bento Zulian (PPS), o agricultor Anderson Eduardo Zulian, gostou da idéia e disse que vai ligar para Berti para participar.
E o médico Antônio Ramos dos Santos (PDT), marido da prefeita de Guaraniaçu, Ana Neoli dos Santos (PMDB), diz que é possível que também participe da entidade. Segundo Santos, que já foi prefeito da cidade em 1976 pela Arena, é muito honroso ver sua esposa na política, como prefeita reeleita. "É uma grande satisfação, mas a única coisa é que ela fica muito agarrada à prefeitura. Embora considere que fui um bom prefeito, eu não ficava tanto assim", disse.
Já o agricultor Neri José Roncaclio não pode ser considerado o "primeiro-damo" de Alto Paraná, uma vez que quem cumpre o papel político que seria dele é a mulher do vice-prefeito. Segundo ele, embora não goste muito de política, a sua função é de apoiar sua esposa, a prefeita Tereza Rozin Roncacglio (PT).
O marido da atual prefeita de Nova Esperança, Maria Ângela Benatti (PSDB), o advogado e ex-prefeito José Benatti (PSB), negou sua participação na associação. Ele explica: "Quando o homem é prefeito, a primeira-dama cuida geralmente da parte social. Porém, maridos das prefeitas muitas vezes têm suas atividades profissionais. Não vejo qualquer resultado que possa vir da reunião dos maridos", declarou.
A presidente da Associação de Primeiras Damas do Paraná, Vera Batista (PSDB), traz dicas àqueles que vierem a ser membros da nova associação. Esposa do prefeito da Lapa, Miguel Batista (PTB), ela explicou que é essencial que os membros da entidade façam reuniões periódicas para trocar idéias a fim de poderem desenvolver novos projetos. "É preciso ter um objetivo. Se for social, envolver os primeiros-damos para trocarem experiências e perceberem o que podem levar para aplicar em suas cidades", disse.