Uma marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que reuniu 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, nesta quarta-feira, 12, em Brasília, terminou em pancadaria na Praça dos Três Poderes. O saldo foi de oito policiais e dois manifestantes feridos.

continua após a publicidade

A passeata, que percorreu o Eixo Monumental de Brasília desde o estádio Mané Garrincha até o Palácio do Planalto, passando pela Esplanada dos Ministérios, em um trecho de cerca de cinco quilômetros, tinha ocorrido sem incidentes até o momento em que um grupo de pessoas que estava na marcha e policiais trocaram empurrões. A polícia chegou a usar bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha no embate. Já os militantes jogaram cruzes de madeira que portavam durante a marcha e pedras. Em um segundo momento de tensão, um grupo de manifestantes derrubou grades instaladas em frente ao Planalto e arremessaram parte das grades e tonéis de plástico nos policiais, que conseguiram fazer o grupo recuar, com uso de gás de pimenta.

O comandante da unidade de Polícia Regional Metropolitana da PM-DF, coronel Cesar, disse que um grupo de pessoas começou a agredir os policiais, arrebentando uma grade que impedia o acesso à Praça dos Três Poderes. Diante da reação, ele ordenou que um grupo de choque resgatasse um grupo de 15 policiais que estavam sendo agredidos. O coronel disse não ser possível afirmar que o grupo que começou a agressão era de infiltrados ou do próprio movimento e que em nenhum momento a polícia interferiu na logística e no trajeto desenhado pelo MST. Segundo ele, os policiais feridos tiveram cortes na boca, no nariz e na cabeça. Um dos policiais foi atingido por um rojão nas nádegas. Um militante foi detido.

Já João Paulo Rodrigues, da direção do MST, disse que o confronto ocorreu porque alguns militantes tentaram se dirigir a um ônibus para buscar as cruzes, que seriam utilizadas em um ato de protesto na pista em frente ao Palácio do Planalto. Policiais teriam entrado no ônibus, tomado a chave do motorista e agredido os militantes. João Paulo disse que, apesar do incidente, a marcha foi marcada pelo clima de tranquilidade. Nas contas do dirigente, 14 mil militantes participaram do evento, abaixo da estimativa da própria PM, que calculou 15 mil pessoas.

continua após a publicidade

Na operação policial para esta operação, a PM destacou 400 homens, incluindo efetivo do batalhão de choque, de trânsito e de cavalaria. Também havia militares do Exército e seguranças que atuam no Palácio do Planalto, além de efetivo da polícia legislativa. Dois helicópteros sobrevoaram a Esplanada durante toda a marcha.

A confusão ocorreu minutos depois de o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ter recebido um documento da organização da marcha próximo à rampa do Palácio do Planalto. Os manifestantes retornaram para o Ginásio Nilson Nelson, ao lado do estádio Mané Garrincha, onde estão alojados.

continua após a publicidade