Decreto da presidente Dilma Rousseff publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União formalizou as aposentadorias do ministro Paulo Geraldo de Oliveira Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e do juiz José Eduardo Carreira Alvim, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª. Região.

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A medida, embora não explicitada na publicação, foi a punição aplicada aos dois em agosto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que exerce o controle externo do Judiciário, e garante a cada um salário de cerca de R$ 25 mil.

Medina e Alvim são réus em processo criminal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura o envolvimento dos magistrados num suposto esquema de negociação de decisões judiciais a favor de um grupo que explorava jogos ilegais.

Pela atual legislação, a aposentadoria é a punição máxima na esfera administrativa que pode ser aplicada a um juiz. O benefício só pode deixar de ser pago se o magistrado for condenado criminal e definitivamente. No caso de Medina e Alvim, o julgamento do processo no STF não ocorreu nem tem data marcada

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Proporção

Os integrantes do CNJ concluíram que as condutas atribuídas aos magistrados eram incompatíveis com o exercício da função. Por isso, entenderam que os dois deveriam ser punidos com aposentadoria compulsória, recebendo vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

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No caso de Medina, que está na magistratura desde 1968, o valor do benefício deve ser integral – ou seja, os mais de R$ 25 mil pagos aos ministros da ativa do STJ. Mas Carreira Alvim poderá ter redução nos ganhos.

Conforme despacho recente do ministro do STF Dias Toffoli, o juiz alegou que poderia ter perdas financeiras em decorrência da decisão que determinou a aposentadoria com vencimentos proporcionais.

Toffoli rejeitou pedido de liminar. No julgamento do mérito, o advogado Luís Felipe Freire Lisboa espera que o STF reverta a decisão do CNJ. O advogado de Medina não respondeu ao Estado.

A demora de seis meses para a publicação do decreto se deve, entre outros motivos, por diversos pedidos de informações e recursos protocolados no CNJ e no STF.