Luz Fraterna começa a atender famílias carentes

O governador Roberto Requião (PMDB) entregou ontem na Vila Fanny, em Curitiba, as três primeiras faturas de luz já quitadas pelo programa Luz Fraterna. Acompanhado pelo presidente da Copel, Paulo Pimentel, e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, Requião visitou as casas de Cristina da Silva, Eliane Fátima Pereira e Antônia Terezinha da Silva.

Requião destacou que o Luz Fraterna é o maior programa de transferência de renda já feito no País. “Ao invés de darmos um cheque para a pessoa, optamos por programas sociais, como o Leite das Crianças e, em breve, a tarifa social da água”, comentou. Requião conversou com as donas de casa e entregou as faturas, com os nomes dos proprietários, já quitadas pelo Estado.

Para o presidente da Copel, além de energia gratuita, o Luz Fraterna proporciona cidadania às pessoas. “Vamos fazer uma regularização especial na favelas. Vamos retirar os “gatos”, eliminando os riscos de acidentes. Quem gastar menos de 100 kw/h vai receber energia elétrica gratuitamente e a fatura, que o possibilitará ter acesso ao crédito”, destacou Pimentel, lembrando que as pessoas de pouca renda vão passar a ter sua cidadania ampliada. “O que gastamos aqui é compensado na ponta da saúde. Tudo é muito bom para o Estado e para as pessoas que podem se beneficiar com a energia”, destacou.

Gratidão

Os beneficiados ficaram surpresos em receber o governador e o presidente da Copel pessoalmente. Cristina da Silva, 24 anos, dona de casa, foi a primeira a receber das mãos do governador Roberto Requião a conta de luz quitada pelo governo do Estado. Ela é casada com um auxiliar de serviços gerais, tem dois filhos e está grávida de dois meses. A família tem uma renda mensal de R$ 300 e R$ 180 são gastos somente com o aluguel da casa, que fica na Vila Fanny.

A conta da família de Cristina paga pelo governo foi de R$ 17,22 (86 kWh/mês) e, esse dinheiro, a dona de casa pretende gastar na compra de leite e roupas para as crianças. “Esse programa é muito bom para quem está desempregado. Às vezes, a gente não tem nem R$ 1 para comprar um litro de leite”, disse.

A segunda casa a ser visitada pelo governador foi a da também dona de casa Eliane Fátima Mayer, 34 anos, que recebeu a conta de luz quitada das mãos do diretor-presidente da Copel, Paulo Pimentel. A fatura está no nome de Edson Mayer, marido de Eliane. O casal tem três filhos e paga R$ 200 de aluguel. O consumo deste mês foi de 89 kWh/mês, o que representou R$ 17,92. “Eu já fiquei sem luz, no escuro, com criança pequena porque não tinha condições de pagar a conta”, contou Eliane. Segundo ela, o dinheiro economizado com a conta de luz será usado para comprar comida e roupa para as crianças.

Antônia Terezinha da Silva, 41 anos, auxiliar de serviços gerais, também foi beneficiada pelo programa Luz Fraterna e recebeu das mãos do chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, a conta de energia quitada pelo governo. Ela mora com a filha e possui uma renda mensal de R$ 300. Deste total, R$ 150 são gastos com o aluguel. Neste mês, o consumo das duas foi de 98 kWh/mês (R$ 16,81). “Com o dinheiro vou comprar remédio e material escolar para a minha menina”, afirmou. A conta de Antônia teve o benefício do desconto tarifário dado como prêmio pela Copel aos consumidores com pagamento em dia.

Programa beneficiará 750 mil na 1.ª fase

O programa vai beneficiar, em um primeiro momento, 200 mil famílias, totalizando 750 mil pessoas. Mas, segundo Requião, o governo do Estado vai estudar mecanismos para atingir mais famílias. A intenção é atingir 1,1 milhão de paranaenses que têm renda mensal inferior a meio salário mínimo.

“Uma dona de casa, que ganha dois salários mínimos, está fora do programa. Mas, se ela tiver seis filhos e for viúva, será mais pobre do que outra, que não tenha nenhum filho, que seja pobre, gaste menos de 100 kWh/mês e faça parte do programa”, explicou Requião. O Luz Fraterna deverá custar ao governo do Paraná R$ 2 milhões por mês. O valor será descontado dos dividendos que o governo recebe da Copel como acionista majoritário da companhia. De acordo com a Copel, a média de consumo paranaense é de 150 kWh/mês.

Os critérios para o enquadramento no programa são consumo mensal de energia de até 100 kWh/mês, renda familiar de até meio salário mínimo por morador e estar no cadastro social da Copel ou em programas sociais mantidos pelo governo federal. A ligação elétrica deve ser do tipo residencial monofásico, rural monofásico ou rural bifásico com chave de até 50 ampères. As faturas serão geradas normalmente, já que são consideradas comprovantes de residência. Além disso, elas trazem mensagens educativas e possibilitam o controle do consumo de luz.

As localidades paranaenses que não são atendidas pela Copel – como Campo Largo, Guarapuava, Coronel Vivida, Barra do Jacaré, Ribeirão Claro, Jacarezinho e Rio Negro – também serão incluídas no programa. Para prestar informações a respeito do programa e registrar as solicitações de cadastramento, a Copel está colocando à disposição da população o telefone 0800 643 5445 com discagem gratuita.

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