Lula utiliza coluna semanal para defender PAC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a sua coluna semanal, publicada em 153 jornais, para defender o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fazer referência à pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. O espaço de comunicação do governo foi criado em julho do ano passado para esclarecer dúvidas de leitores sobre iniciativas do Estado e políticas públicas.

Em resposta à pergunta enviada por uma aposentada de Brasília, Lula afirmou que a decisão sobre o prosseguimento do PAC caberia à administração seguinte. “Se depender da minha vontade, o próximo governante vai conduzir esse bastão porque é indispensável ao desenvolvimento do nosso país e à geração de empregos”, disse Lula. “No entanto, tudo o que eu posso garantir é que quem participou da concepção e da execução das obras do PAC, obviamente dará continuidade ao Programa”, continuou o presidente, em uma menção sutil a Dilma.

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que Lula “apenas respondeu à pergunta de uma leitora” e negou qualquer intenção de fazer campanha à candidata Dilma Rousseff.

Para o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), o episódio evidencia o tom de disputa eleitoral no discurso do presidente. “É uma prova que, de fato, os abusos permanecem”, criticou. “Vai ser difícil que Lula entenda que uma coisa é o presidente, outra é a campanha”. O deputado estuda se é o caso de entrar com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Multas

Em programa veiculado em dezembro do ano passado, o Partido dos Trabalhadores reforçou a estratégia de associar a imagem da ex-ministra da Casa Civil a ações do governo. Na ocasião, Lula apareceu em cena defendendo que tem uma excelente equipe à frente do Executivo. Destacou Dilma que, segundo ele, é “responsável pelo PAC, pelo pré-sal e pelo programa Minha Casa, Minha Vida”. Em 13 de maio, por causa da propaganda, o TSE decidiu multar o PT e Dilma em, respectivamente, R$ 20 mil e R$ 5 mil.

O próprio Lula já foi multado quatro vezes – a última na sexta-feira passada, por causa de um evento com sindicalistas em 10 de abril, em São Bernardo do Campo, ABC paulista. Dilma foi condenada a pagar mais R$ 5 mil e Lula, R$ 10 mil.