Lula reitera direito de defesa de Renan Calheiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (06)  em entrevista a rádios que até agora ninguém pode ser considerado culpado ou inocente no episódio do mensalão, argumentando que a conclusão só será possível com o desfecho do processo penal que acaba de ser aberto pelo Supremo Tribunal Federal. Ele também desautorizou a condenação prévia do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmando que as acusações contra o presidente do Senado também precisam seguir os trâmites legais no próprio Congresso e possivelmente também na Justiça.

"Muitas vezes as pessoas são condenadas antes de serem julgadas, o que é muito ruim. O Renan, como todo e qualquer cidadão, tem o direito de se defender", argumentou Lula. O presidente enfatizou que continuará a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para combater a corrupção e ressaltou que em seu governo já foram punidos 1.253 funcionários públicos envolvidos em irregularidades. Afirmou ainda que o seu governo está "tirando o lixo debaixo do tapete" para mostrar que a polícia e o Ministério Público estão preparados para combater a corrupção, mas ponderou que esse processo tem de ser feito dentro da lei.

Lula também defendeu que o combate à corrupção e outros crimes deve ser equânime entre ricos e pobres, argumentando que a população carente tende a ser prejudicada por não ter condições de pagar advogados. Ele exemplificou se uma pessoa for flagrada furtando um pão na padaria, seria presa na hora sem possibilidade de se defender.

Lula defendeu, porém, o foro privilegiado para autoridades, argumentando que elas não podem correr o risco de prisão por determinação de qualquer juiz. Ele citou o exemplo do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que acusado de evasão de divisas, correria o risco de não conseguir exercer suas funções, caso algum juiz cismasse de determinar sua prisão. Por isso, segundo Lula, o governo concedeu o status de ministro a Meirelles, para garantir a ele foro privilegiado.

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