Um dia depois de o governo anunciar o projeto para tributação de parte das cadernetas de poupança, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que não gostou de ver a medida comparada ao confisco feito pelo ex-presidente Fernando Collor. Ele disse ontem que o mesmo grupo da oposição que o critica apoiou Collor no passado. “É importante lembrar que essa parte da oposição que critica estava com Collor em 1989.” Lula acusou os adversários de mentirem “descaradamente”.

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“Eu ouvi alguns discursos da oposição e não sei como é que as pessoas descaradamente mentem para a opinião pública, achando que a opinião pública não tem inteligência para perceber o desplante das acusações”, disse, após participar, à noite, da abertura da 9.ª Conferência Global sobre Viagens e Turismo, em Florianópolis. Para o presidente, a oposição “não sabe mais o que fazer”. E prosseguiu: “Tenho muita pena de um País que tem uma oposição que perdeu o discurso e aí começa a falar coisas que nem eles acreditam”.

O centro da polêmica é a proposta que governo divulgou anteontem, prevendo a cobrança de Imposto de Renda dos depósitos em poupança acima de R$ 50 mil a partir de 2010. “Nós não mexemos na poupança. 99% dos poupadores ficarão como estavam. O que nós não podemos, por responsabilidade, é permitir que a poupança vire um fundo de investimento.”

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