Lula e Alckmin constroem seus palanques no Paraná

Começa a organização das campanhas presidenciais no estado. O diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, foi indicado pelo partido para coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná. Já o candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, ainda não tem um coordenador definido, mas já marcou para o próximo dia 22 sua primeira visita da campanha ao Paraná. Ele virá a Curitiba e Ponta Grossa. O senador Alvaro Dias ou o prefeito de Curitiba, Beto Richa, podem ser os coordenadores do tucano no Paraná.

Para Lula, está garantido o palanque do senador Flávio Arns, candidato do PT ao governo do Paraná. E uma parte do PMDB está disposta a trabalhar para o petista, apesar da neutralidade do governador Roberto Requião. Ontem, em Brasília, o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, participou do lançamento do Movimento Nacional Pró-Lula, para o qual foram indicados como representantes no Paraná o ex-governador Paulo Pimentel, o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, o presidente da Fundação Pedroso Horta, José Maria Correia e o empresário Francisco Simeão.

O grupo, formado por representantes dos diretórios estaduais do PMDB, seria recebido à noite, no Palácio Alvorada, a residência do presidente da República. Lula já tem montado o comitê Lula-Requião, organizado pela mesma ala que agora se junta ao movimento nacional, estimulado pelos senadores peemedebistas José Sarney e Renan Calheiros.

Pendências

Já Alckmin ainda tem pendências antes de demarcar o seu território no estado. Enquanto perdura o impasse sobre a validade da coligação entre tucanos e peemedebistas no Paraná, o palanque do candidato tucano é o do candidato do PPS ao governo, Rubens Bueno, e do senador Alvaro Dias, candidato à reeleição. Apesar de registrada, a aliança entre tucanos e peemedebistas ainda não rendeu ampliação de espaços para o candidato do PSDB à presidência.

O senador Alvaro Dias, que faz parte do conselho político da campanha de Alckmin, disse que a indefinição sobre o futuro da aliança com o PMDB, aprovada na convenção e anulada por resolução do diretório nacional, ainda não atrapalha o candidato. Alvaro afirmou que Alckmin tem o dobro das intenções de votos de Lula no Paraná e essa vantagem permite ao tucano ficar imune ao racha do partido no estado. "O Alckmin está liderando no Paraná e isso nos dá tranqüilidade nesta fase inicial da campanha, até que tudo isso se resolva", afirmou.

Bueno, por sua vez, está preparado para acompanhar o tucano integralmente neste roteiro ao estado. "Vamos estar com o Alckmin em todo o roteiro. Nós estamos apoiando o Alckmin e o meu palanque é o dele", afirmou o candidato do PPS.

Alvaro disse que Alckmin tem assegurado o palanque eletrônico do PSDB, referindo-se ao horário eleitoral gratuito do partido nas emissoras de rádio e televisão. Se o acordo com o PMDB for validado, o senador citou que o horário dos candidatos proporcionais do PMDB também poderá ser ocupado para reforçar a candidatura presidencial.

Alckmin ainda tem segmentos tucanos na campanha do candidato do PDT ao governo, senador Osmar Dias. Mas a legislação eleitoral impede apoios formais, já que o senador Cristóvam Buarque é o candidato do PDT à presidência da República. Mas uma boa parte dos partidos que apóiam Osmar prometem apoio ao tucano e poderão fazer uma parte da sua campanha no estado.

Samek fala com Lula antes de aceitar

O diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, iria se encontrar ontem à noite, em Brasília, com o presidente Lula, antes de aceitar oficialmente a coordenação da campanha à reeleição do petista no Paraná. Samek disse que precisava conversar com o presidente antes de responder ao convite para assumir a função, já que essa nova tarefa implicará o afastamento da direção da Itaipu. "Se aceitar a coordenação da campanha do presidente, tenho que pedir minha exoneração do cargo porque as duas funções não são compatíveis", justificou.

Samek afirmou que a ausência do governador Roberto Requião (PMDB) no palanque de Lula, este ano, será compensada pela presença de vários peemedebistas. E também com a adesão de outros segmentos ligados a outras candidaturas ao governo, acredita Samek. "Tem muita gente querendo se engajar na nossa campanha. E acho que o nosso papel é ir buscar estas adesões em todas as candidaturas. Os eleitores do Requião, a maioria já vota no Lula. Mas iremos atrás também dos eleitores do Osmar Dias, do Rubens Bueno, do Melo Viana", comentou o diretor geral de Itaipu.

Na avaliação de Samek, a campanha de Lula não terá dificuldades no Paraná, ao contrário do que prevêem os tucanos. Para o diretor de Itaipu, o tom da campanha do petista deve ser o de prestação de contas e o de comparação com outros governos. "Nós temos realizações para mostrar", disse.

Quanto ao bombardeio dos adversários que vão explorar as denúncias contra o governo desencadeadas no ano passado, Samek disse que o partido e Lula têm que enfrentar os ataques.

 

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