Lula articula com Chalita aliança para eleições 2012

Cada vez mais empenhado nas articulações políticas em torno da disputa ao comando da capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se na tarde de hoje com o deputado federal Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (sem partido). No encontro, promovido no Instituto Lula, na capital paulista, o ex-presidente deixou claro ao deputado federal que o PT terá candidatura própria em São Paulo, citou o nome do ministro da Educação, Fernando Haddad, e defendeu o apoio mútuo entre ambos, caso algum deles dispute um eventual segundo turno em 2012.

O presidente do PMDB paulista, deputado estadual Baleia Rossi, conversou com o deputado federal após o encontro e negou que o ex-presidente tenha tentado demover o peemedebista da ideia de disputar a Prefeitura de São Paulo. “Ele ponderou que acha o Haddad um nome bom para disputar pelo PT e que seria importante ter dois candidatos fortes para forçar um segundo turno”, disse o deputado estadual. Na avaliação dele, diante dos nomes apresentados, não há possibilidade, pelo menos no primeiro turno, de uma aliança entre PT e PMDB em São Paulo. No segundo turno, contudo, um apoio seria natural. “A candidatura do Chalita é muito importante para o PMDB, como a do PT é importante para o partido”, avaliou.

O encontro com o peemedebista faz parte de estratégia capitaneada pelo ex-presidente para a formação de um leque de alianças que deem sustentação ao candidato do PT na corrida municipal. Na segunda-feira, 22, quando reuniu-se com quatro pré-candidatos petistas, o ex-presidente defendeu que a sigla já procure aliados tradicionais na capital paulista, como PCdoB, PDT, PSB e PR.

O ex-presidente pregou ainda que o partido estenda o diálogo ao PMDB, em uma tentativa de reproduzir, ainda no primeiro turno, a aliança que elegeu a presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente já exprimiu a aliados a preocupação de se construir um forte palanque eletrônico que dê sustentação à candidatura de Haddad, cujo nome ainda é relativamente desconhecido dos eleitores.

A estratégia do ex-presidente, de não pedir diretamente que o peemedebista abra mão da disputa, é semelhante à adotada, na segunda-feira, 22, com a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que rivaliza com o ministro pelo posto de candidato petista para a disputa municipal. No encontro com a petista, o ex-presidente elogiou a senadora e reconheceu o seu capital político, mas, nas entrelinhas, passou o recado à petista que defende um nome novo e prefere a sua permanência no Senado.

Após o encontro, a pré-candidata elogiou o ex-presidente e afirmou que ele a tratou de maneira respeitosa. O pré-candidato do PMDB também saiu do encontro “encantado” com Lula. “O Chalita saiu encantado com a conversa, impressionado e encantado com a simpatia, porque o Lula é cativante”, relatou Rossi.