O deputado federal Rodrigo Rocha Loures vai pedir ao Tribunal Regional Eleitoral a instalação de uma urna eletrônica na convenção do PMDB, que escolherá o candidato a prefeito de Curitiba pelo partido no próximo dia 14.
Rocha Loures fez sua inscrição ontem à convenção, durante a apresentação pública do edital de convocação do processo.
Além dele, o deputado estadual Reinhold Stephanes Junior e o ex-reitor da Universidade Federal do Paraná Carlos Augusto Moreira também vão concorrer à indicação.
Rocha Loures negou que suspeite de fraude no processo. Ele justificou que as urnas eletrônicas podem ?modernizar? a forma de indicação do candidato por 105 delegados. ?As urnas são tipicamente brasileiras?, disse o deputado, que poderá receber o apoio de Stephanes Junior.
Ontem, Junior admitiu que não teria dificuldade de abdicar da pré-candidatura em favor de Rocha Loures. ?Temos interesse em que só um dispute a convenção. Para ter chances de vitória, tem que unir os votos?, disse o deputado, que acusou o governador Roberto Requião de orientar os votos dos convencionais.
Stephanes Junior disse que a maioria dos convencionais do PMDB é formada por servidores comissionados do governo, que estão sujeitos à pressão de Requião, que já declarou seu voto a Moreira. ?Tenho consciência de que a vitória é difícil?, afirmou.
Rocha Loures, que se licenciou da Câmara dos Deputados para tratar da campanha interna do PMDB, afirmou que irá se submeter ao resultado da convenção. Se perder a convenção, Rocha Loures disse que um dos seus compromissos é apoiar o vencedor.
Já Stephanes Junior afirmou que não apoiará Moreira se ele for o vencedor da convenção. Stephanes Junior disse que seu único compromisso de apoio é com Rocha Loures. ?Se ele (Rocha Loures) ganhar, respeito?, disse Junior, em resposta ao deputado estadual Alexandre Curi, presidente do conselho político do PMDB de Curitiba, que defendeu a união dos pré-candidatos em torno do vencedor.
Carta
Rocha Loures já recebeu ontem o apoio do deputado estadual Mauro Moraes. E divulgou uma carta aos convencionais peemedebistas apresentando sua candidatura. Disse que pediu o apoio do governador Roberto Requião, mas que não recebeu resposta.
?Ele não disse nem sim e nem não. Mas a minha parte eu fiz?, afirmou o deputado, que esteve com o governador na última sexta-feira. Ele justificou que mesmo contra a vontade de Requião decidiu entrar na disputa porque não acredita nas possibilidades eleitorais de Moreira. ?Ele (Moreira) teve o tempo necessário e não construiu sua candidatura?, disse o deputado federal, relembrando os resultados da pesquisa encomendada ao Instituto Alvorada pela direção estadual do PV, em que o ex-reitor aparece com 0,8% das intenções de votos.
A disputa no PMDB é vista por Rocha Loures como a construção de uma alternativa ao que chamou de polarização da disputa entre os candidatos do PT e PSDB. ?O PMDB é o fato novo da eleição de 2008. Será o PMDB que ampliará essa discussão que ficou reduzida ao PT e PSDB?, declarou. A convenção municipal do PMDB será realizada na sede estadual do partido. O governador e alguns deputados têm votos acumulados totalizando 105 votos.