Lobão Filho acusa sócio de usar ‘laranja’ em esquema

O senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) acusa seu sócio de ter usado uma empregada doméstica como “laranja” num esquema de sonegação de impostos. O senador, que está em Genebra para reuniões sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC), é acusado de suposta prática de crimes contra a fé pública (falsidade ideológica e uso de documento falso) e formação de quadrilha. O pedido do Ministério Público (MP) chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) no final de agosto. “Garanto que tenho um caminhão de provas a apresentar ao Supremo Tribunal Federal”, disse. “Estamos falando de empresas que eu tive há anos. Foi meu sócio quem pegou sua empregada e a usou como ‘laranja’.

De acordo com as investigações do MP, o senador – que é filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão – foi sócio dos irmãos Marco Antônio e Marco Aurélio Pires Costa em empresas de distribuição de bebidas. O grupo usaria “laranjas” na composição social de diversas empresas para a suposta prática de sonegação fiscal. As acusações também falam de “vendas frias” e “cobertura de cheques frios”. “Posso explicar tudo isso”, afirmou o senador.”Eu já poderia ter mostrado isso, mas fui orientado a não fazer e esperar o momento e fórum correto. Agora vou mostrar”, afirmou.

Um relatório da Receita Federal concluiu que uma suposta alteração contratual na Bemar Distribuidora de Bebidas, de propriedade de Lobão e dos irmãos Costa, feita em outubro de 1988, teria sido “uma farsa, com o intuito deliberado de transferir para pessoas humildes e sem poder econômico para responder, perante o fisco, pelo pagamento de impostos e contribuições”.