O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse nesta sexta-feira que desentendimentos com o governo da presidente Dilma Rousseff fizeram o partido “estudar outras opções”. “O PSB passou por um período de crescimento e, por isso, existe um sentimento dentro do partido de que chegou a hora de trabalhar na nossa candidatura própria”, afirmou, numa entrevista para a agência Dow Jones.

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Beto Albuquerque afirmou que a legenda experimentou um estágio de “parceria e influência” durante a administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, na gestão Dilma, a influência da sigla diminuiu, em detrimento do PMDB, que ganhou mais espaço. “A administração Rousseff fez sua escolha. Ela elegeu o PMDB como seu parceiro estratégico e centro político, e isso representa uma mudança.” De acordo com o líder do PSB na Câmara, uma decisão final sobre a possível candidatura do governador de Pernambuco e presidente nacional da agremiação, Eduardo Campos, à Presidência da República deve ser tomada em outubro.

Além disso, o PSB discorda de algumas políticas econômicas da presidente, como, por exemplo, o “fracasso” em manter a inflação sob controle. “O governo diz que tem a inflação sob controle, mas não tem controle quando deixa a inflação atingir o teto da meta. A inflação é o veneno mais perigoso para a população mais pobre, ela ameaça os empregos e diminui o poder de compra”, disse.

Ele ainda culpou as políticas de curto prazo da gestão federal pelo fraco crescimento da economia. “Não faz bem para o governo continuar oferecendo incentivos tributários de maneira temporária – já foram R$ 315 bilhões até agora – e não conseguir fazer a economia voltar a crescer.” Beto Albuquerque disse que o partido é a favor das parcerias público-privadas (PPPs), apesar de ser uma legenda socialista. “O governo precisa criar claras regras para a economia porque nenhum investidor em nenhum lugar do mundo investe sem ter segurança de longo prazo, sem ver um retorno para seu investimento.” As informações são da Dow Jones.

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