A força-tarefa do Ministério Público Federal vai propor simultaneamente ações criminais por corrupção, cartel e lavagem de dinheiro e ações cíveis por atos de improbidade contra os alvos da Operação Juízo Final, a sétima fase da Lava Jato.

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A medida segue orientação expressa da Procuradoria-Geral da República que, por meio de uma reestruturação do rol de atividades, conferiu aos procuradores a missão de acumular as áreas criminal e cível.

A Procuradoria-Geral da República quer concluir antes do recesso de fim de ano a etapa de acusações formais desta fase da Lava Jato, que levou à prisão os principais executivos das maiores empreiteiras do País.

Ao promover ao mesmo tempo ações penais e cíveis, a Procuradoria-Geral da República planeja encurtar o caminho para chegar à punição dos investigados e evitar prescrições. A estimativa é que em cerca de dez dias a força-tarefa já irá ingressar na Justiça com uma sucessão de processos contra os presos da operação.

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As ações penais buscam impor aos acusados sanções privativas de liberdade.

Por meio das ações cíveis, com base na Lei da Improbidade, a força-tarefa dos procuradores da República vai pedir aplicação de sanções como pagamento de multas, devolução de valores relativos aos prejuízos causados à Petrobrás e até a suspensão dos direitos políticos dos acusados.

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Repatriação

Os procuradores estão otimistas quanto à possibilidade de em algumas semanas chegar ao Brasil a fortuna que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa mantinha em contas na Suíça. Personagem central da Lava Jato, Costa fez delação premiada e concordou espontaneamente em repatriar US$ 23 milhões dele e outros US$ 3 milhões de familiares.

A origem desse montante, que já está bloqueado pela Suíça, está sendo investigada. O próprio Costa já revelou quem depositou os valores em suas contas, mas os procuradores buscam documentos formais sobre as fontes do dinheiro do ex-diretor. Para isso, eles vão pedir novas quebras de sigilo de contas. A suspeita é de que os pagadores, entre eles empreiteiras, fizeram uso de empresas offshore em paraísos fiscais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.